Saúde & bem-estar

Movimento “Orgulho sem Tabaco” quer sensibilizar mulheres jovens

“Orgulho sem Tabaco” é o movimento que a Comissão de Trabalho de Tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) lança no âmbito do Dia Mundial Sem Tabaco, assinalado a 31 de maio.

Trata-se de uma campanha dirigida a mulheres jovens, através da qual a Comissão de Trabalho de Tabagismo procura diferenciar-se das campanhas negativistas, centradas nos efeitos nefastos provocados pelo tabaco.

Como explica José Pedro Boléo-Tomé, coordenador da área de tabagismo da SPP “este ano a mensagem é dirigida a todos aqueles que, assumidamente, não fumam e que com uma atitude positiva, podem não só dar o exemplo como partilhá-lo, promovendo assim este movimento que revela o orgulho de quem não fuma”.

Dirigida sobretudo a mulheres, este é um movimento que procura chegar às cerca de 600 mil mulheres fumadoras que fazem parte dos estimados 1,8 milhões de fumadores existentes em Portugal. E sensibilizá-las para os malefícios do tabaco.

“Ainda que os últimos dados de 2014 do INS revelem uma redução global no número de fumadores, importa reter que, comparativamente aos dados de 2005/2006, assistiu-se a um acréscimo de mulheres fumadoras. Esta é uma situação que é importante reverter, pelo que este ano é, sobretudo, às mulheres que esta campanha se dirige, remetendo-as para duas realidades muito próprias: elas próprias enquanto mulheres e enquanto mães”, acrescentou José Pedro Boléo-Tomé.

Um estudo sobre comportamentos de risco observados em mulheres, que se dirigiram a serviços de saúde do setor público para uma consulta de vigilância pré-natal, revela que a prevalência de consumo de tabaco durante a gravidez é de cerca de 17% e que cerca de 60% das mulheres que fumavam no início da gravidez mantiveram o consumo.

Para Paula Rosa, da Comissão de Trabalho de Tabagismo da SPP e médica especialista em cessação tabágica, “o tabagismo na mulher grávida é um importante fator de risco para complicações na mulher e para a criança, tanto no período intra-uterino como na vida futura”, pelo que “é fundamental motivar as mulheres em idade fértil para deixarem de fumar antes de engravidarem e prevenir as recaídas após o parto”.