A pivot da TVI quebrou o silêncio sobre a morte do seu único filho, André Bessa, de 29 anos, que sofreu uma queda numa piscina.
Quase três anos depois de tudo ter acontecido, Judite Sousa garante que vai sofrer até ao fim da sua vida, ainda que se sinta mais confortada por saber que o filho partiu em paz.
“O meu filho partiu com um ar sereno, feliz, com um ligeiro sorriso e muito tranquilo. O meu filho não sentiu o que lhe aconteceu. E se há algo que me conforta na vida é saber que o meu filho não sofreu. Isto foi-me garantido pelos médicos”, disse em entrevista à revista de Cristina Ferreira, da qual é capa este mês.
“Pressenti a morte do meu filho”, contou. No relato emocionado, Judite recordou que estava numa festa de aniversário no Tamariz, no Estoril, na madrugada de 27 para 28 de junho. “Eram três e meia da manhã, eu estava com um grupo de amigos e senti-me profundamente mal, indisposta. Algo me dizia – eu não sabia o quê – que qualquer coisa estaria a acontecer”. E foi embora. Meteu-se no carro e em 15 minutos chegou a casa, vivia no Chiado, na altura. “Estava a meter a chave à porta quando tocou o meu telemóvel. Era um dos melhores amigos do meu filho, que me disse: ‘O André teve um acidente. Eu vou passar pela casa da Judite agora e vamos para o Hospital de São Bernardo, em Setúbal’. Eu senti que o meu filho… já não estaria vivo. Algo me disse que o meu filho não estaria vivo”.
A diretora-adjunta de informação falou do momento mais duro que viveu, que foi quando a máquina de suporte de vida do filho – “a única pessoa” da sua vida – foi desligada dois dias depois do acidente, a 29 de junho de 2014.
“Eu, todos os dias, dava notícias sobre pessoas que estavam em morte cerebral. Todos os dias. Eu sabia o que era estar em morte cerebral”, disse, emocionada.
Judite, que lançou recentemente um livro sobre mente humana e sofrimento, ressalva que a morte do filho lhe trouxe “uma dor incomparável”, equiparada a “uma doença crónica”. “Eu sofro. Eu sofrerei até ao fim da minha vida. Como todas as mães e todos os pais que perderam filhos”, lembrou.
Durante a entrevista, a jornalista negou as suposições que tinham saído na imprensa, na altura, e confirmou que “ninguém viu” a queda. “Nunca ninguém poderá dizer em que circunstâncias o meu filho morreu. (…) O que há são conclusões do Ministério Público e uma autópsia”, explicou à revista ‘Cristina’.
Entretanto, Judite Sousa já ‘explicou’, nas redes sociais, o porquê de ter sido entrevistada agora. “Há momentos em que precisamos de partilhar as nossas vivências. Nem que seja para ajudarmos os outros com a nossa tenacidade a enfrentarem as adversidades” e “Agradeço a todos aqueles que com profissionalismo e respeito produziram este trabalho” foram apenas algumas das mensagens que publicou nos últimos dias.
