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Miguel Thiré chora a morte do pai à distância: “Uma saudade que corrói”

O ator e diretor brasileiro Cecil Thiré morreu ontem, dia 9 de outubro, aos 77 anos, enquanto dormia na sua casa, no Rio de Janeiro.

Filho único da atriz Tônia Carrero com o diretor de cinema e artista plástico Carlos Arthur Thiré, Cecil sofia de Parkinson há alguns anos e estava com a saúde debilitada. Era pai dos atores Miguel Thiré, Carlos Thiré e Luísa Thiré – do casamento com a produtora musical Norma Pesce — e de João Cavalcanti Thiré – da união com Carolina Cavalcanti.

A viver em Portugal desde 2017, longe do Brasil, Miguel Thiré, despediu-se do pai através das redes sociais. “E ele se foi ontem (..) Eu tenho uma saudade que corrói o meu peito desse pai das fotos, que me ensinou a cavalgar e que disseOuve as opiniões mas pense sempre com sua cabeça“, escreveu o também ator na legenda das imagens partilhadas.

Nesta hora difícil, Miguel elogiou o progenitor quer pelo talento profissional quer pelas qualidades enquanto pai, lamentando que Cecil não tivesse visto o resultado da sua estreia como diretor de “uma experiência imersiva chamada “Alice, o outro lado da historia”’, atualmente em cena em Cabo Ruivo, Lisboa.

Que belo pai que tive” concluiu o artista embalado pela comoção.

 

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E ele se foi ontem. Meu pai. Cecil Thiré, Cecíl Dirreis, seu Cecil, o grande ator, o premiado diretor de teatro, o careca da televisão, o amado e celebrado professor de interpretação da Cal, o que me levava ao Sítio todo o final de semana e cozinhava enquanto jogávamos bola de gude entre seus pés. Não estou falando só de um pai, mas de um mestre, para muitos e para mim. Quantas aulas de interpretação tive ao final de minhas peças ou cenas de novela. E quantos elogios carinhosos e críticas construtivas. Sabia dizer o que eu tinha pensado em cena, e, que se tivesse posto o foco na contracena, como resultaria melhor. E fazia um bacalhau como ninguém. E cismava que iriamos fazer sushi de Truta, e nós fazíamos. Teve difícil vê-lo nos últimos anos, e eu me mudei para longe, para Lisboa. Sobre isso conversamos, dissemos tudo que tínhamos pra dizer. Eu tenho uma saudade que corrói meu peito desse pai das fotos, que me ensinou a cavalgar e que disse “Ouve as opiniões mas pense sempre com sua cabeça”- Ou – Pai, posso subir naquele caminhão? (era alto), ao que ele respondia “subir pode, só não pode é cair! Se você cair vou ficar muito chateado” E pronto lá estava um pai sabendo ensinar-me a cuidar de mim. Eu subi naquele caminhão e não caí porque tomei um cuidado do caralho. Hoje subo meus caminhões por aí. Acabei de estrear como diretor uma experiência imersiva chamada “Alice, o outro lado da historia”. E foi muito difícil fazer aquilo, e eu tive que cuidar muito para não cair desse caminhão gigante, e queria muito que ele tivesse visto o resultado. Acho que a partir de hoje ele vai ver. Mas de tudo, o que mais forte fica é o amor e união de seus 4 filhos que passaram, cada um da sua maneira , esses últimos anos dele a cuidar. Sou muito grato aos meus irmãos, e sou , mesmo, muito grato ao meu pai. Que belo pai que tive.

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