Cultura

Centenário de Amália Rodriguez celebrado esta quarta-feira na RTP

Amália Rodrigues faria este mês 100 anos. A fadista levou a música e a língua portuguesa aos quatro cantos do mundo, numa carreira de mais de 60 anos. Para além de cantar, Amália foi atriz no teatro e no cinema.

A fadista nasceu no Fundão. Com 14 meses os pais  – Albertino de Jesus Rodrigues, um músico sapateiro natural de Castelo Branco, e Lucinda da Piedade Rebordão, nascida em São Martinho, no Fundão – deixaram-na com os avós maternos para irem para Lisboa à procura de melhores condições de vida. Só os voltaria a ver quase quatro anos depois quando foi com eles para a capital onde passou a sua infância e onde, com tenra idade, começou a cantar.

Apesar de ter sido registada a 23 de julho de 1920, a artista  celebrava o seu aniversário a 1 de julho. Faleceu a 6 de outubro de 1999. Os seus restos mortais foram transladados do Cemitério dos Prazeres para o Panteão Nacional a 8 de julho de 2001.

A RTP recorda a vida e a obra do nome maior do Fado e uma das figuras incontornáveis da Cultura portuguesa.

Esta semana, podemos ver dois dos filmes mais emblemáticos da carreira cinematográfica de Amália Rodrigues – Fado, História d’ uma Cantadeira_ e Capas Negras. Mas quando se fala de Amália falamos de Fado, guitarras, do nosso país e da nossa história. Assim, poderemos assistir a um concerto único que juntou 100 guitarristas, numa homenagem ao nome maior do Fado nacional.

Esta quarta-feira, 1 de julho, às 24h04, na RTP1 – Fado, História d´uma Cantadeira

Perdigão Queiroga realizou, em 1948, um dos melhores melodramas do cinema português, imortalizando Amália ao lado de Virgílio Teixeira, António Silva e Vasco Santana.

Em Alfama, a cantadeira Ana Maria estreia-se em público num retiro de fado, alcançando um grande êxito. A sua carreira arranca subitamente, levando-a de seguida até ao teatro e a percorrer o circuito da vida boémia de Lisboa. Apesar de tudo, Ana Maria não se deixa contagiar
pelo sucesso e continua ligada ao seu homem de sempre, o Júlio guitarrista. Mas a atração por uma vida de luxo e celebridade acaba por complicar tudo e Júlio começa a pensar em partir para África.

Fado, a História d´uma Cantadeira” é um dos filmes onde o fado, as personagens e os ambientes lisboetas em que nessa época se apoiava, e de que se alimentava, melhor estão representados. No fundo, esta excelente obra de Queiroga sobre a vertiginosa trajetória de uma fadista de Alfama dividida entre o sucesso e as suas origens populares, é acima de tudo uma assumida homenagem a Amália Rodrigues.

Quinta-feira, 2 de julho, às 22h30, na RTP1 – Guitarras para Amália

Espetáculo filmado nos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Lisboa, que juntou 100 guitarristas numa homenagem a Amália Rodrigues no centenário do seu nascimento.

Um concerto que se inicia com um momento único com o também centenário Professor Joel Pina e o seu baixo, que nos conta um pouco das suas aventuras com a Diva do fado, que acompanhou durante mais de 40 anos, e tocando algumas notas de um tema ‘amaliano’. Depois seguem-se,
na escadaria dos Paços do Concelho, 12 grupos de guitarras com os melhores instrumentistas de todo o país que irão tocar 12 temas imortalizados por Amália. Mas no final todos se juntam para um momento único: 100 guitarras a tocar o tema “Amália”.

E logo a seguir, ás 23h45 de quinta-feira, 2 de julho na RTP1 – Capas Negras

Um amargo e comovente melodrama de sabor coimbrão sobre o caso de amor entre uma bela tricana e um estudante de Direito, que foi um estrondoso êxito nos anos 40, com Amália Rodrigues.

Em Coimbra o “quintanista” de Direito, José Duarte, e a bela tricana, Maria de Lisboa, vivem uma intensa história de amor. Terminado o curso e julgando-se traído, José Duarte abandona Maria e vai para o Porto. Recusa-se a aceitar as cartas dela e esta acaba por ser presa no Porto pelo abandono do filho. José Duarte decide defendê-la, reconhecendo, ao mesmo tempo, ser o pai da criança.

Um filme repleto de amor, música e nobres sentimentos, que Amália Rodrigues domina com a sua fascinante presença e inconfundível voz.

Recorde aqui a “Rainha do Fado” que vendeu ao longo da sua carreira perto de 30 milhões de álbuns e é considerada, ainda hoje, a melhor embaixadora do Fado no mundo: