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Paulo Gonçalves sofreu “lesões graves na cabeça, pescoço e coluna”

Já são conhecidas as causas da morte do piloto de Esposende Paulo Gonçalves, de 40 anos, que morreu este domingo, 12 de janeiro, durante a 7ª etapa do Dakar 2020, na sequência de uma queda.

Esta 42.ª edição do Dakar era a sua 13.ª participação na prova. Já tinha conseguido um segundo lugar na classificação geral (em 2015, atrás de Marc Coma). A primeira vez que disputou a prova foi em 2006 e conseguiu terminá-la por quatro vezes no top 10.

Lesões “graves na cabeça, pescoço e coluna” terão sido a causa da morte de Paulo Gonçalves, adiantou fonte da equipa à agência Lusa.

A mesma fonte da equipa Hero, pela qual alinhava o piloto português explicou que, neste momento, estão a ser “tratados todos os trâmites burocráticos necessários” para a libertação do corpo, o que “deverá acontecer ainda hoje“.

Espera-se que a trasladação dos restos mortais do piloto aconteça “na melhor das hipóteses” terça-feira.

Segundo explicou a organização, o local era uma reta em que os pilotos seguiam “a alta velocidade“, e em que, segundo o piloto australiano Toby Price (KTM), havia “uma lomba“. O óbito foi declarado no hospital de Layla.

Toby Price, campeão do Dakar em título, prestou assistência a Paulo Gonçalves, até à chegada da equipa médica.
A etapa de ontem estava a começar bem, ótimo ritmo (…) até o reabastecimento. Paulo partiu para a etapa cinco minutos antes de mim e o pior aconteceu. Passei um pequeno morro e vi um piloto caído. Era o Paulo. Fui acometido pelos piores receios porque sabia que era sério” começa por contar Price, numa publicação partilhada no Facebook.

Pedi ajuda de imediato e ajudei a colocá-lo de lado. Tentei chamar mais alguém para ajudar e foi quando chegou o [eslovaco] Stefan Svitko [um campeão] e ajudou no que pôde“, explicou.

O primeiro helicóptero chegou (…) quando o helicóptero médico chegou já estavam a fazer manobras de reanimação. Os médicos juntaram-se a eles e fizeram o que puderam. Ajudámos a segurar os sacos de soro, chegámos os sacos do equipamento médico e afastámos outros pilotos do local. Todos fizemos o que pudemos, mas não havia nada a fazer. Ainda o ajudei a levar pois era o mais correto a fazer. Fui o primeiro a estar ao seu lado e quis ser o último a sair“, contou o australiano, acrescentando que todos irão sentir a falta de Speedy , um dos nomes com que Paulo era conhecido – Speedy Gonçalves.

Os últimos 250 km de etapa foram difíceis, estou desidratado com as lágrimas. Neste momento, nem me importo com o resultado“, sublinhou o piloto da KTM que “trocava todas as vitórias” para ter qualquer um dos seus companheiros de volta.

O piloto português morreu na 42.ª edição do Rali Dakar de todo-o-terreno, na Arábia Saudita. De acordo com a informação da Amaury Sport Organization (ASO), o alerta foi dado às 10:08 horas locais, menos três em Lisboa.

Paulo Gonçalves era casado com Sofia Gonçalves e pai de duas crianças, Érica e Ruben.