Saúde & bem-estar

Proteínas magras reduzem risco de morte prematura

De acordo com um amplo estudo publicado na revista Journal of the American Medical Association (JAMA) Internal Medicine, comer proteínas magras, como nozes, frango e peixe, reduz o risco de morrer, em comparação com uma dieta rica em carnes vermelhas, ovos e laticínios.

As conclusões confirmam o que muitos especialistas em saúde afirmaram durante décadas, mas também revelam algumas surpresas.

Por exemplo, dietas ricas em carnes vermelhas e proteínas gordurosas, como ovos e queijo, não estavam ligadas a um maior risco de morte entre as pessoas saudáveis. No entanto, para as pessoas com algum fator de risco – como beber muito álcool, ter excesso de peso, ser sedentário, ou fumar – o risco de morte pode aumentar com o consumo de carnes vermelhas.

Liderado por pesquisadores da Universidade de Harvard, o estudo abrangeu um período de três décadas e mais de 130 mil pessoas, mas foi observacional. Por isso, não analisou as razões biológicas por trás das mudanças no risco de morte segundo a dieta, nem demonstrou relações de causa e efeito.

“As nossas descobertas sugerem que as pessoas deveriam considerar comer mais proteínas vegetais do que proteínas animais e, quando tiverem de escolher entre as fontes de proteína animal, peixe e frango são provavelmente as melhores escolhas”, disse o co-autor do estudo, Mingyang Song, investigador no Hospital Geral de Massachusetts.

“Embora estudos anteriores se tenham centrado principalmente na quantidade total de proteínas ingeridas, de uma perspectiva dietética mais ampla, os alimentos que as pessoas consomem para obter proteínas são igualmente importantes”, acrescentou.

Os pesquisadores descobriram que carnes vermelhas processadas e não processadas, incluindo carne de porco e de boi, são os tipos de proteínas mais ligados a um maior risco de mortalidade.

A taxa de mortalidade mais baixa foi observada entre pessoas que ingerem proteínas, principalmente através de pão, cereais, massas, feijão, nozes e leguminosas.

Song disse que os estudiosos ficaram surpresos ao ver que não havia um maior risco aparente de morrer entre as pessoas saudáveis que comem carne vermelha.

“Esperávamos encontrar correlações mais fracas no grupo com um estilo de vida saudável, mas não esperávamos que iriam desaparecer completamente”, afirmou.

O pesquisador ressalvou, porém, que um olhar mais atento aos dados mostrou que os membros do grupo com estilo de vida não saudável consomem em geral mais carnes vermelhas, ovos e laticínios ricos em gordura, enquanto o grupo com estilo de vida saudável consome mais peixes e aves.

De acordo com o médico Ian Johnson, do Instituto de Investigação Alimentar e que não participou do estudo, a pesquisa é “robusta” e “parece apoiar o consenso crescente de que dietas baseadas em alimentos vegetais são melhores para a saúde a longo prazo do que dietas que contém grandes quantidades de carnes e produtos lácteos”.

Johnson observou, no entanto, que o estudo, por ser baseado em dados de questionários, “diz pouco sobre os mecanismos. Está longe de estar claro se as proteínas vegetais são benéficas, ou se as proteínas animais são prejudiciais para a saúde, ou se esses níveis de proteína são simplesmente marcadores para outra coisa”.