Cultura

Mário Laginha e Augusto Canário juntos em obra musical

Concerto decorre este sábado, às 22h, na Igreja Românica de Bravães, em Ponte da Barca

Trata-se da lenda da Nossa Senhora da Pegadinha e a sua história assemelha-se à dos três pastorinhos de Fátima;
Laginha compôs a música e Canário escreveu a letra;
Interpretação de versão em música sacra fica a cargo do grupo Capella Duriensis.

Preço: Entrada gratuita e não sujeita a inscrição

O que une Mário Laginha, Augusto Canário e a lenda de um milagre com três pastorinhos minhotos? A resposta surge já este sábado, dia 30 de março, às 22h na Igreja Românica de Bravães, em Ponte de Barca. Em causa está um concerto inédito no qual se vai estrear uma das obras encomendadas pelo projeto Sente a História inspirada na mitologia do Alto Minho.

Trata-se da Canção da Lenda de Nossa Senhora da Pegadinha, que em tudo se assemelha com a história dos três videntes de Fátima, cuja música foi composta por aquele pianista e compositor, a letra é da autoria do referido cantor repentista e a interpretação fica a cargo do grupo Capella Duriensis*, considerado o embaixador internacional da música sacra portuguesa.

O evento acontece no âmbito do projeto Sente a História, iniciativa que está a realizar 30 concertos em 30 locais históricos do Alto Minho, envolvendo mais de 1500 músicos e 10 municípios. Este é já o vigésimo primeiro concerto da iniciativa, que tem como objetivo surpreender o público com novas abordagens e novos talentos.

Conhecidos internacionalmente pela qualidade da sua interpretação musical e pela divulgação deste repertório, o grupo Capella Duriensis, sob a direção de Jonathan Ayerst, vai brindar a assistência com música vocal desde o período medieval até à atualidade.

Um dos temas em destaque será então a apresentação da Canção da Lenda da Nossa Senhora da Pegadinha, com letra de Mário Laginha e música de Augusto Canário.

Às 21h30 realiza-se a visita guiada e animada à Igreja Românica de Bravães, um antigo mosteiro beneditino que desde 1910 é classificado como Monumento Nacional, sendo unanimemente reconhecido como obra-prima do românico português.

Sobre a Capella Duriensis
A Capella Duriensis, que recentemente gravou “Obras Vocais Portuguesas dos Séculos XVI e XVII” com o selo da Naxos, realizou concertos em Portugal e no Reino Unido (Catedrais de Bristol, Wells e Truro; St. George’s em Hanover Square, Londres). Também foi convidada para se apresentar na Holanda (Festival Oude Muziek, Utrecht) e na Croácia (Noites Musicais em St. Donat, Zadar). Este ensemble tem uma experiência considerável na realização e pesquisa da música histórica de Portugal e foi convidado para coordenar uma série de programas musicais designada “Música dos Ritos Medievais” para a European Broadcasting Union, baseados na música do Rito de Braga (O Rito Bracarense). O seu diretor musical é Jonathan Ayerst, membro do Royal College of Organists e associado da Royal Academy of Music.

Sobre o “Sente a História”
O programa cultural “Sente a História – Ação Promocional de Música e Património – Novas Abordagens, Novos Talentos” apresenta características inéditas no país. Centrado na capacitação, valorização e no desenvolvimento de competências de diferentes gerações de músicos locais, bem como na criação de novos talentos, o programa decorre de 13 maio de 2018 a 20 de julho de 2019 e envolve os municípios de Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira.

Além de permitir uma experiência de história ao vivo, onde a música vai ao encontro da arquitetura dos monumentos, contempla três linhas de programação (bandas filarmónicas, coros e jovens solistas do Alto Minho em contexto de música de câmara), tendo como objetivo surpreender o público com novas abordagens e novos talentos.

As bandas filarmónicas, com os novos maestros a garantirem o rejuvenescimento desta arte na sequência das ações de capacitação deste programa, vão atuar em contexto de concerto com interpretações surpreendentes com jazz, rock, fado, música barroca, popular ou erudita, em formato acústico ou com o som amplificado.

No que diz respeito aos coros, vai estar também patente o cruzamento da tradição com a inovação. Exemplo disso é o facto de o cantor popular repentista Augusto “Canário” ter escrito as letras das canções que vão invocar as lendas da região. Em paralelo, seis compositores de referência do jazz à música erudita (Afonso Alves, Eurico Carrapatoso, Carlos Azevedo, Fernando Lapa, Mário Laginha e Telmo Marques) compuseram sobre as palavras do sentir tradicional, 10 peças corais polifónicas dedicadas a uma lenda de cada município e, ainda, um Hino do Alto Minho. Vozes de todos os coros da região vão fundir-se no Coro Intermunicipal do Alto Minho, num gran finale a encerrar o projeto em julho de 2019, onde interpretarão todas as canções das lendas e o Hino do Alto Minho.

De modo a fomentar os tesouros patrimoniais do Alto Minho, os dias em que ocorrerem os concertos serão também de património aberto, ocorrendo ainda visitas e tours guiados. Os horários das aberturas e os locais de interesse a visitar serão divulgados em www.senteahistoria.com, app e nas redes sociais da iniciativa. Em simultâneo irá decorrer um passatempo onde os visitantes poderão registar fotografias suas, tiradas nessas visitas e concertos, habilitando-se a ganhar vouchers para desfrutar em restaurantes da região.

A iniciativa encontra-se integrada no Ano Europeu do Património Cultural em Portugal.