Três semanas depois de terem ido ao Vaticano para o solene funeral do Papa Francisco, Chefes de Estado e de governo, líderes de todo o mundo e representantes das famílias reais, estiveram presentes este domingo na praça em frente à Basílica de São Pedro, para testemunharem uma cerimónia histórica, que marca a inauguração do ministério petrino de Robert Francis Prevost, de 69 anos, o 267º papa da Igreja Católica e o primeiro americano na história da instituição.
Leão XIV recebeu o anel do pescador, símbolo da sua autoridade apostólica, e o pálio, estola de lã que representa o vínculo entre o pontífice e a Igreja universal.
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As rainhas católicas fizeram uso do notável ‘Privilége du blanc’ e ocuparam a primeira fila, devido à sua lealdade histórica à Igreja Católica.
A Rainha Letizia, a Rainha Sofia, a Grã-Duquesa Maria Teresa de Luxemburgo, Charlene de Mónaco e Paola e Mathilde da Bélgica podem usar branco. É permitido apenas para rainhas e não para princesas dessas nações. Essa deferência simboliza pureza, inocência e paz e foi concedida a essas monarquias por terem mantido fidelidade à Igreja Católica, especialmente durante a Reforma Protestante.
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O protocolo do Vaticano determina que, nos lugares, seja dada preferência ao país de origem do Papa. Neste caso, Leão XIV nasceu em Chicago, Estados Unidos, mas adquiriu a nacionalidade peruana em 2015, após décadas de serviço no país sul-americano. Como resultado, as delegações de ambos os países ocuparam posições privilegiadas na cerimónia. Na primeira fila, para além das rainhas católicas, estavam o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance; e a presidente do Peru, Dina Boluarte.
O Papa Leão XIV presidiu à Santa Missa, mas antes passou de papamóvel, pela primeira vez, por entre as 200 mil pessoas presentes, que se aglomeram também na “Via della Conciliazione”, que dá acesso à Praça.
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“Fui escolhido sem qualquer mérito e, com temor e tremor, venho até vocês como um irmão que deseja fazer-se servo da fé e da alegria”, disse Leão XIV na missa de início de pontificado. O Santo Padre expressou o desejo de uma Igreja unida, que seja fermento para um mundo reconciliado. O Santo Padre não conseguiu conter a emoção quando recebeu o Anel do Pescador.
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A cerimónia prosseguiu com o rito simbólico de “obediência”, prestado ao Papa por doze representantes de todas as categorias do Povo de Deus, provenientes de várias partes do mundo. Na sequência, o Pontífice pronunciou a sua homilia.
Leão XIV saudou a todos “com o coração cheio de gratidão” e uma das frases mais célebres de Santo Agostinho: «Fizeste-nos para Vós, [Senhor,] e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Vós» (Confissões, 1,1.1).
O Papa recordou os últimos dias, vividos de maneira intensa com a morte do Papa Francisco, “que nos deixou «como ovelhas sem pastor»”. O Conclave elegeu o novo sucessor de Pedro, “chamado a guardar o rico patrimônio da fé cristã e, ao mesmo tempo, ir ao encontro das interrogações, das inquietações e dos desafios de hoje”.
“Amor e unidade: estas são as duas dimensões da missão que Jesus confiou a Pedro”, disse o Papa durante a homília.
“No nosso tempo, ainda vemos demasiada discórdia, demasiadas feridas causadas pelo ódio, a violência, os preconceitos, o medo do diferente, por um paradigma económico que explora os recursos da Terra e marginaliza os mais pobres”, sublinhou o sucessor de Francisco que já mostrou que irá lutar pela paz.
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Leão XIV recebeu o presidente da Ucrânia
O papa Leão XIV recebeu o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acompanhado da sua mulher Olena Zelenska, no Vaticano, após a missa que inaugurou o seu pontificado.
O Papa colocou o Vaticano à disposição, para servir como local das negociações diretas entre Ucrânia e Rússia. Zelensky disse que seu país está “pronto para o diálogo em qualquer formato” e acredita que o Papa “pode desempenhar um papel importante” para pôr fim na guerra.
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Foto: Reprodução Casa Real Espanhola