Saúde & bem-estar

Desenho pode ajudar a detetar Parkinson

Pergunta: Consegue desenhar uma espiral sem dificuldade? É que de acordo com um novo estudo publicado na revista científica ‘Frontiers of Neurology’, essa habilidade, dependendo da rapidez e pressão exercida no traço, pode indicar os sintomas do Parkinson e ainda medir o estágio de Parkinson.

Através de uma espiral desenhada pelo paciente, o novo software pode medir os sintomas e avaliar a gravidade da doença com até 93% de precisão.

A rigidez na musculatura e os tremores das mãos, característicos da doença, são percebidos por um novo software, desenvolvido por pesquisadores do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne, na Austrália. Os sintomas ficam evidentes quando os pacientes desenham uma espiral numa folha de papel sob um tablet programado.

“O nosso objetivo era desenvolver um sistema eletrónico acessível e automatizado para o diagnóstico precoce do Parkinson, que poderia ser facilmente usado por um médico ou por uma equipa de enfermagem”, disse Poonam Zham, um dos pesquisadores.

No estudo, os cientistas testaram a nova tecnologia em 55 pessoas, sendo 27 delas diagnosticadas com Parkinson. A doença foi detectada com 93% de precisão – a lentidão do traço e a pressão exercida na caneta foram maiores entre os portadores, principalmente entre aqueles em estado crítico.

Hoje, o Parkinson é descoberto quando o paciente já está num grau avançado da doença, quando os sintomas, os tremores e a fraqueza muscular, são bastante visíveis. Nessa fase, a produção celular do cérebro e as funções cognitivas já estão comprometidas. Quanto mais cedo a doença for detectada, melhor é o tratamento.

“Começar o tratamento somente depois do surgimento dos sintomas pode não ser o ideal. Sabemos que, quando alguém começa a sentir tremores ou rigidez, pode ser muito tarde”, disse Dinesh Kuman, principal autor do estudo.

O novo sistema, segundo informações da rede BBC, é mais preciso do que os testes atuais, que não são capazes de medir o avanço do Parkinson com tanta exatidão, pois combina a velocidade e a força do deslize da caneta no papel em medidas específicas.

O desenho em espiral é a técnica mais aconselhada e já vem sendo utilizada como confirmação do diagnóstico clínico. Ao contrário da escrita, o desenho não é influenciado pelo nível de escolaridade do paciente.

Os cientistas acreditam que esse seja um avanço para o diagnóstico precoce e para a descoberta de novos tratamentos para a condição. No entanto, os dados do estudo precisam ser aprimorados para que o novo software seja utilizado na prática.