Álbuns da Semana

O Nobel da Literatura tripartido, o piano multiplatinado e a poção mágica do amor

Depois de ‘Shadows in the Night’ (2015) e ‘Fallen Angels’ (2016), Bob Dylan apresentou recentemente o terceiro trabalho da sua longa e conceituada carreira em que interpreta clássicos norte-americanos. ‘Triplicate’ é, de resto, o primeiro triplo álbum do homem que ganhou o Nobel da Literatura.

Cada um dos três discos tem a exata duração de 32 minutos, divididos por 10 músicas, e apenas uma delas não foi gravada por Frank Sinatra – ‘Braggin’, de Duke Ellington. Este aparenta ser, por isso, mais um tributo a ‘A Voz’, mas acaba por ser muito mais do que isso.

Este trabalho é, paralelamente, uma incursão de Dylan pelas canções populares norte-americanas das décadas de 30 a 50 do século passado. E cada álbum de ‘Triplicate’ tem um nome. O primeiro é ‘Til The Sun Goes Down’, com canções recheadas de energia. Em ‘Devil Dolls’, por outro lado, Dylan torna-se mais reflexivo. Já ‘Comin’ Home Late’ pauta-se pela melancolia.

O tema ‘I Could Have Told You’, presente no primeiro dos três discos, é aquele que lhe deixamos aqui para ouvir e apreciar.

Passamos para um trabalho que chegou às lojas ainda nem há uma semana, mas que já vem sendo aclamado por alguma crítica. A revista Mojo, por exemplo, atribuiu mesmo nota máxima a ‘Turn Up the Quiet’.

Esse é precisamente o nome do mais recente álbum da multiplatinada cantora e pianista Diana Krall, que também já foi distinguida com vários prémios Grammy. Este disco recentemente editado distingue-se por marcar o seu regresso ao jazz e ao grande cancioneiro americano, com aquele toque singular da intérprete, que transcende qualquer estilo musical.

Neste álbum, Krall trabalhou com o premiado produtor Tommy LiPuma, que veio a falecer no passado mês de março sem conhecer o produto final. Também por isso, ‘Turn Up the Quiet’ surge como um tributo a LiPuma.

Com um total de 11 faixas, foi na número 6 que encontrámos ‘Moonglow’, o tema que lhe apresentamos de seguida para se deixar levar pela qualidade artística de Diana Krall.

A terminar as nossas sugestões musicais para a semana, apresentamos o mais recente trabalho da cantora e compositora argentina Juana Molina.

‘Halo’, nome do disco, tem traços surrealistas e de terror nos seus vídeoclipes, quase sempre a preto e branco, mas na verdade eles são realizados através de uma técnica de animação complexa e laboriosa, o que os torna ainda mais chocantes.

Este que é o sétimo álbum de Juana Molina, e o sucessor de Wed 21 (2013), chegou às lojas na semana passada e será apresentado no próximo dia 20 de maio, em Rosario, na sua Argentina Natal.

Composto por 12 faixas, ‘Halo’ destaca-se pela voz inconfundível da sua intérprete e tem no tema ‘Paraguaya’ um dos mais bizarros. O vídeo feito para esse tema tem como principal protagonista a mãe da artista, a famosa modelo e atriz Chunchuna Villafañe, que interpreta uma bruxa anciã com a tarefa de ensinar Juana a preparar uma poção do amor. Veja e ouça: