Televisão

Recordar Nicolau Breyner no TVCine

Nunca nos despedimos dos génios porque eles vivem para sempre. Por esta razão este Especial Recordar Nicolau Breyner não é um adeus a Nico mas sim uma homenagem, com cinco dos seus trabalhos em cinema, ele que foi um grande homem da Sétima Arte, para além do teatro e da televisão. Se ninguém poderá algum dia esquecer Nicolau Breyner como o João Godunha da telenovela “Vila Faia”, o “Senhor Feliz” da rábula com Herman José (o Senhor Contente) ou o “Eu Show Nico”, na memória ficam filmes míticos como “Crónica dos Bons Malandros” (1984), de Fernando Lopes, êxitos populares como “7 Pecados Rurais” (2013), realizado pelo próprio Nico, ou o aclamado “Os Gatos Não Têm Vertigens” (2014), de António-Pedro Vasconcelos.

Assim, o TVCIne 2 vai emitir um especial Recordar Nicolau Breyner no próximo domingo, dia 20, a partir das 15h.

O especial começa com “Crónica dos Bons Malandros”, (1984), de Fernando Lopes, a partir do livro de Mário Zambujal, um fresco de uma certa Lisboa dos bas-fonds da década de 1980, de crimes de faca na liga, de esquemas e arranjinhos. Uma Lisboa que se movimentava pela sombra mas que ao mesmo tempo se orgulhava de estar fora da lei. Uma Lisboa gingona, do Cais do Sodré e do Bairro Alto. Na música-tema de Crónica dos Bons Malandros Paulo de Carvalho pergunta ‘Quem é quem, quem é que é malandro?’. São ele próprio, Paulo de Carvalho, e ainda os míticos João Perry, Lia Gama, Maria do Céu Guerra, Pedro Bandeira Freire e, claro, Nicolau Breyner, com um farfalhudo bigode negro.

Segue-se às 16h25 “Os Imortais” (2003), de António-Pedro Vasconcelos, seu amigo de sempre. O filme revisita a história de quatro antigos comandos que se consideram imortais, intocáveis, acima de tudo e de todos, inclusivamente da lei. Aborrecidos com a vida, resolvem enveredar pelo crime, na certeza de escaparem incólumes. Mas não contavam com o inspetor Joaquim Malarranha (um implacável Nicolau Breyner) da Polícia Judiciária no seu caminho. Os Imortais é um filme à moda antiga sobre polícias e ladrões, com belas e fatais mulheres, como Alexandre Lencastre, Ana Padrão ou São José Correia. Nico brilha ao lado de Joaquim d’Almeida, Rogério Samora,Rui Unas ou Filipe Duarte.

Às 18h35 é exibido “A Teia de Gelo” (2012), realizado pelo próprio Nicolau Breyner. Trata-se de um filme que junta o fantástico e o oculto com um grande golpe financeiro. Jorge (Diogo Morgado) desvia dinheiro da empresa onde trabalha mas é descoberto pelo patrão (Nicolau Breyner). Temendo a inclemente perseguição que o espera, Jorge refugia-se num casarão na montanha numa noite de forte nevão. Mas ao tentar escapar do patrão, Jorge acaba por encontrar-se numa casa cheia de enigmáticas e perigosas mulheres (Margarida Marinho, Paula Lobo Antunes, Elisa Lisboa e Patrícia Tavares).

O Especial Recordar Nicolau Breyner continua às 20h20 com “7 Pecados Rurais” (2013), também com realização de Nico. Quando Quim Roscas (João Paulo Rodrigues) e Zeca Estacionâncio (Pedro Alves) vão parar ao céu depois de terem morrido ‘esbardalhados’ contra um rebanho de ovelhas, os dois castiços têm que aceitar as condições de Deus (Nicolau Breyner) se quiserem voltar a Curral de Moinas: não pecar até às três da manhã. Entre o céu e o inferno, venha o diabo e escolha. 7 Pecados Rurais foi um grande sucesso, a comprovara popularidade de Nicolau Breyner.

Às 22h chega “Os Gatos Não Têm Vertigens” (2014), de António Pedro Vasconcelos, mais um grande sucesso de bilheteira do cinema português e o filme com maior êxito comercial do histórico realizador. Trata-se de uma fábula comovente dos tempos modernos, protagonizada por Maria do Céu Guerra e pelo estreante João Jesus, e que conta a história de um amor maternal entre dois estranhos à partida, ela com 73 anos e ele com 18. É também uma história do isolamento dos mais velhos e da alienação da juventude, ao som do tema principal cantado por Ana Moura. Nicolau Breyner é o marido de Rosa (Maria do Céu Guerra), que não aceita que ele morreu e que insiste em conversar com ele como se ainda estivesse vivo.