Atualidade

Jornalistas que cobrem guerra na Ucrânia deixaram Kiev dado o aumento da tensão

A ofensiva russa continua ao fim de sete dias e à medida que o conflito se intensifica é cada vez mais perigoso permanecer no cenário de guerra. Cerca de meio milhão de refugiados já fugiram da Ucrânia.

O escalar da tensão que se vive na capital ucraniana, devido às investidas russas, levou também à retirada da maior parte dos jornalistas.

Cândida Pinto, da RTP, partilhou, nas redes sociais, uma fotografia em que surge com o repórter de imagem David Araújo, a deixar a cidade. “Nevou esta manhã quando deixamos Kiev. Não foi fácil sair. Coração apertado. A degradação de todas as condições de segurança. A bravura e a força dos ucranianos que resistem. Sair com vontade de voltar a Kiev“, contou.

 

Ver esta publicação no Instagram

 

Uma publicação partilhada por Cândida Pinto (@candpinto)

Ana Moreira e Fernando Silva, da SIC, também deixam para trás Kiev: “Por entre estradas, principais e secundárias, de um país atacado, ficam histórias de desespero, o choro de famílias separadas, o sorriso de uma criança, a desconfiança e a força dos combatentes. Perante a falta de condições de segurança a equipa da SIC teve de sair de Kiev. Sabendo que a decisão era a única possível, foram quilómetros a sentir a frustração“.

Temos visto filas intermináveis de carros, muita gente a tentar sair da Ucrânia, fazendo o mesmo caminho que estamos a fazer para entrar através da fronteira Roménia/Moldávia. As filas são muito grandes. Levámos mais de cinco horas para fazer menos de 300km e é preciso dizer que tendo um carro identificado como jornalistas, as autoridades têm sido sensíveis ao facto de darem prioridade aos jornalistas“, informou Ana Moreira, dando conta de que mesmo uma viagem de poucos quilómetros pode ser um problema e demorar horas. Até à fronteira da Roménia há vários postos de controlo e barricadas.

Os que ficam

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, decretou no dia 24 de fevereiro a Lei Marcial em todo o território. Uma norma implementada em cenários de conflitos, crises civis e políticas, que substitui as leis e autoridades civis por leis militares.

Ao abrigo dessa lei, todos os homens ucranianos e naturalizados com idade de 18 a 60 anos estão proibidos de sair da Ucrânia. Volodymyr Zelensky, ordenou uma mobilização militar geral “para garantir a defesa do Estado, mantendo a prontidão ampla de combate e movimentação das forças armadas da Ucrânia e outras formações militares“.