Saúde & bem-estar

Marisa Liz junta-se a causa pela síndrome de Asperger

A Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger (APSA) anunciou esta terça-feira, dia 27, que conta com o apoio da vocalista dos Amor Electro para a sua campanha de IRS 2018.

“Ao escolher a APSA como entidade beneficiária no momento de entrega da declaração de IRS, o contribuinte e cidadão estará a ajudar a integração social das pessoas com Síndrome de Asperger, capacitando-as para uma vida mais digna e mais autónoma”, refere a associação.

Para consignar 0,5% do seu IRS à APSA, basta assinalar com um X “Instituições Particulares de Solidariedade Social ou Pessoas Coletivas de Utilidade Pública” no Modelo 3, do Quadro 11 e colocar o NIF da APSA – 506 596 150.

A APSA – Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), sem fins lucrativos, que nasceu em Lisboa, por vontade de um grupo de pais. Atualmente funciona com atividades diárias de intervenção para jovens adultos em Lisboa na sua sede a “Casa Grande”.

A sustentabilidade da APSA é alcançada através da responsabilidade social das empresas, das instituições e da comunidade. Cada donativo é gerido com o maior rigor e respeito, sendo aplicado na concretização de projetos ou atividades que são a diferença na vida de cada família.

A síndrome de Asperger consiste numa perturbação que afeta o desenvolvimento das capacidades de comunicação e de relacionamento de uma pessoa. Atualmente, esta perturbação atinge cerca de uma em cada 200 pessoas, sendo mais frequente nos indivíduos do sexo masculino.

Desde a infância, as pessoas que sofrem desta condição neuropsiquiátrica apresentam dificuldades em se relacionar com o outro e comportamentos repetitivos, os quais podem gerar dificuldades em pequenas atividades do dia-a-dia.

As dificuldades na interação social, que perturbam a criação de ligações afetivas, quer de amizade, quer conjugais, partem da dificuldade em interpretar comportamentos não verbais (expressão facial, gestos, modulação do discurso), e de se colocar no lugar do outro.

Além destes défices, indivíduos com síndrome de Asperger apresentam interesses restritos, muitas vezes com “ideias fixas” direcionadas a um assunto ou objeto em particular, e preferência por rotinas rígidas.

Embora não haja atrasos no desenvolvimento da linguagem, é comum a presença de dificuldades na comunicação com os outros. Tendo em conta que interpretam tudo “à letra”, têm dificuldade em distinguir quando alguém está a falar a sério ou a brincar, e pouca facilidade em entender quando é que é a sua vez de falar numa conversa social.

As pessoas que sofrem desta perturbação apresentam-se também como indivíduos muito sensíveis aos estímulos, com reatividade a sons fortes, seleção de alimentos de acordo com cores ou texturas, e sensibilidade ao toque, à luz ou a cheiros intensos.

É também frequente apresentarem inaptidão para atividades físicas e défices de coordenação motora, sendo muitas vezes descritos como “trapalhões”, explica Ana Machado da Unidade Psiquiátrica Privada de Coimbra.

As primeiras alterações são habitualmente notadas pelos pais quando a criança começa a frequentar a creche ou a escola. Neste período surgem episódios de birras ou explosões de raiva quando as suas rotinas são alteradas e a criança tem dificuldades em brincar ou interagir com os colegas.

Quando os sintomas são mais ligeiros, o diagnóstico pode ser feito apenas na vida adulta, sobretudo em etapas de vida que trazem mudanças importantes (fim do ensino secundário, primeiro emprego, morte dos pais ou de outras figuras de referência).

Não existem exames que diagnostiquem a síndrome de Asperger. A sua identificação é feita através de uma cuidadosa avaliação por profissionais treinados nesta área (pediatras do neurodesenvolvimento, pedopsiquiatras e psiquiatras).

É importante fazer o diagnóstico atempado, pois isso permite uma intervenção imediata e direta sobre as dificuldades do doente, e planear um acompanhamento adequado na escola, no trabalho, na família, etc., de forma a promover ao máximo as potencialidades da pessoa.

Além disso, é frequente que as pessoas com síndrome de Asperger sofram de outras doenças psiquiátricas, tais como hiperatividade e défice de atenção, ansiedade e depressão. Caso isso suceda, é fundamental tratar simultaneamente essas doenças.

Quando a família é chamada a participar neste plano de intervenção e cada elemento da família compreende o seu papel, é possível criar um ambiente facilitador da integração do doente no dia-a-dia.

Fotos: Instagram e Divulgação