Cultura

Espetáculo ajuda a desmistificar a ideia da morte

‘A Vida da Morte’ é o nome da peça que sobe hoje, 31 de março, ao palco da Tenda do Chapitô. Com encenação de Pepa–Diaz Meco e interpretação de José Graça, gira em torno do tema “morte”, mas de uma maneira nada trágica.

Trata-se aliás de um espetáculo optimista que desmistifica a ideia da morte como algo negativo e dramático. “A vida e a morte são amigas e andam de mão dada. Uma não é nada sem a outra. Morrer é renascer e viver é morrer cada dia. Assusta-nos a morte como algo desconhecido, sem dar-nos conta que o dia morre diariamente, com a noite!”, refere a sinopse.

Um bufão morre e com ele morre o riso que a dor do mundo lhe provocou. A mala da sua vida ainda está cheia de momentos, que necessitam de apanhar ar, porque a morte necessita de colocar tudo no seu lugar, para criar o equilíbrio necessário e com ele, fazer nascer um palhaço. Este reflexo no espelho, fala de dias passados num momento presente.

O momento que vai da vida à morte, esse instante em que parece que toda a nossa vida nos passa pela frente e já não há volta atrás. Um reflexo em que surgem uma galeria sem fim de situações e personagens de toda uma vida, que bem pode ser a vida da humanidade.

A mala como símbolo de viagem, vem com indícios dessa vida passada que contém segredos antigos e ao recordá-los, perdem o seu poder e transformam-se num presságio de novas intenções e energias para a nova etapa que se inicia. Uma vida nova em a que a libertação da dor passada, leva directamente ao encontro com a inocência mais intensa, personalizando-se no palhaço.

A peça está em cena até 2 de abril, com exibições às 22h00.

Vida da Morte