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Dolores Aveiro dá testemunho impressionante sobre o AVC que sofreu há um ano

A mãe de Cristiano Ronaldo sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) há um ano. Faz hoje, dia 3 de março, precisamente um ano que Dolores Aveiro viu a sua vida quase a fugir-lhe “entre os dedos“.

Nas redes sociais, a matriarca da família Aveiro fez questão de deixar o seu testemunho de superação e falou “abertamente sobre o que aconteceu na verdade“.

Faz hoje um ano que vi a minha vida quase a fugir-me entre os dedos e afortunadamente consegui agarrar-me a uma luz. Luz essa que me puxava para cima, uma luz que teimosamente insistia que aquele era só mais um obstáculo a ser ultrapassado e mais uma história de superação para contar da minha vida“, começou por escrever na legenda de uma “foto tirada 12 dias depois, já com melhor aspeto“.

Eu fiquei na cama de um hospital ligada a dezenas de fios e entubada. As horas seguintes ao AVC foram de tortura para os meus, eles não sabiam como eu iria acordar, eles não sabiam como seriam os danos, eles estavam com medo de me perder para uma cama de hospital, inválida, sem os reconhecer e com muitas limitações (típico do que me aconteceu). Nunca foi contada em público a gravidade da minha situação. Naquele momento, os meus filhos viram preocupação na cara da equipa médica, ficaram sem chão muitas horas e dias“, recordou no longo texto partilhado.

O que passou para fora foi só a superação foi assim que eu os criei, para se agarrarem aos poucos que a vida lhes estava a dar e falar nisso como uma coisa positiva. Eles agarraram-se ao meu respirar e à minha pulsação e ficaram na fé que eu ia acordar sem sequelas no cérebro e no corpo“, revelou, explicando que acordou “algumas horas depois“, sem saber muito bem o que lhe tinha acontecido. “Só me lembro de ver as lágrimas do meu neto (aqueles olhinhos vivos me olhavam com tanto amor) e aí eu gritei, gritei de confusão na minha cabeça, gritei, chorei muito, (foi forte a emoção naquele momento, não teve ninguém naquele lugar que não se emocionou) naquele momento eu pensei que estava quase no fim, horas antes eu tinha ido para a minha cama, dois dos meus filhos moram fora da minha terra, dois deles perto de mim e quando abri os olhos eles os 4 estavam diante de mim, aos meus pés“, descreveu emocionada Dolores Aveiro.

Chegou a pensar ser uma despedida, mas percebeu “que afinal tinha acabado de sobreviver a algo muito forte“.

A partir daquele momento eu teria que enfrentar e foi por eles que eu me reergui, foi pelos meus netos que me fortaleci foi por aquele neto (Cristianinho) que pediu ao pai dele para me ver no hospital mesmo no estado em que eu estava, ele sabia que o abraço dele era uma das coisas que eu mais precisava para sair dali vencedora, e fui, iniciei um caminho de luta, lágrimas dúvidas, dias e dias lentos“, sublinhou a avó orgulhosa que, como se não bastasse, teve que enfrentar a” pandemia“: “O estado de emergência e a limitação de visitas (que era uma das minhas forças ) já não os podia ver todos os dias, eram regras e eu tinha que aceitar e ser forte por eles e por mim, consegui voltar a subir e descer escadas, consegui fazer a minha higiene sozinha, consegui voltar a conduzir“.

Foi duro, ainda é“, admitiu Dolores. “Consegui voltar a falar sem embrulhar a língua, consegui movimentar o meu lado esquerdo que tinha ficado parado, consegui passadas três semanas de luta ir para a minha casa e ver todos os meus filhos e netos de braços abertos à minha espera (eu renasci naquele dia). Consegui fazer tudo o que a mãe faz pelos filhos e voltei a ser eu… aquela que eles tanto queriam. Não foi de um dia para o outro, ainda estou na recuperação, mas graças a Deus tudo está no bom caminho“, referiu, agradecendo a todos pelo cuidado e “a Deus a oportunidade de poder viver mais uns tempos bons” ao lado dos que mais ama, para assim poder contar esta história da qual se orgulha.

Parabéns a mim e a todos os que se identificam com a minha história. Espero ser uma inspiração e fazer com que esta minha mensagem sirva para vos dizer que só o amor e a fé podem salvar o mundo“, concluiu.