Atualidade

Viúva de Robin Williams diz que o marido foi “perseguido por um monstro invisível”

Susan Schneider Williams, viúva do Robin Willians, contou alguns detalhes dos últimos dias ao lado do ator, que morreu aos 63 anos, em agosto de 2014.

Schneider Williams falou ao programa Today, sobre o documentário ‘Robin’s Wish’, disponível esta terça-feira, dia 1 de setembro, que mostra a batalha do ator contra a Demência de Corpos de Lewy, que causa degeneração e morte das células nervosas do cérebro, o que afetou o seu pensamento, memória e controle de movimentos, acabando por o levar à morte por suicídio.

Esta é a segunda forma mais comum de demência degenerativa depois da doença de Alzheimer.

Por orientação médica, o casal teve que dormir em camas separadas, o que confundiu o ator, que com o quadro de demência, não entendia o motivo dessa separação. “Ele disse-me: ‘Isso significa que estamos separados?’. Foi um momento muito chocante. Quando acontece com o seu melhor amigo, seu parceiro, seu amor – você percebe que há um abismo gigante em algum lugar e você não consegue ver onde ele está, mas isso não é baseado na realidade. Aquele foi um momento difícil“, revelou a viúva.

Robin tinha muitas insónias e essa era uma tentativa para que ele pudesse dormir melhor.

Os médicos diagnosticaram o ator erradamente, somente depois da sua morte é que os familiares descobriram a verdadeira doença. A estrela de Hollywood foi diagnosticada com Parkinson, mas temia ter demência ou esquizofrenia e ficou paranóica enquanto perdia o controle da realidade. Um exame imagiológico pode revelar uma degeneração cerebral, mas os corpos de Lewy só podem ser identificados pela análise do tecido cerebral, após a morte.

Fui chamada para apreciar o relatório do legista. Eles sentaram-me e disseram que ele morreu de demência difusa do corpo de Lewy. Eles começaram a falar sobre a neurodegeneração. Ele não estava no seu juízo perfeito“, disse Schneider Williams.

Fiquei aliviada por ter um nome. Robin e eu passamos por essa experiência juntos, sendo realmente perseguidos por um monstro invisível“, contou. “Saí de lá com o nome da doença, aquilo que Robin e eu procurávamos” revelou.

Susan Schneider Williams, que escreveu sobre a luta do seu marido num ensaio para a Academia Americana de Neurologia em 2016, espera lançar uma luz sobre doenças cerebrais através do “Desejo de Robin”. Esse sempre foi o desejo de Robin Willians, ajudar os outros.