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“Gato Fedorento” passa limites de humor e Internet não perdoa

Na crónica que assina num jornal diário, José Diogo Quintela escreveu sobre a falta de condições no serviço de pediatria no Hospital São João, no Porto, de os pais de crianças com cancro se queixaram, usando a situação na Síria como comparação. A ironia usada não agradou a muitos que, nas redes sociais, não têm poupado o humorista.

‘Oncolamúrias’ é o texto da polémica em que aquele que o projeto “Gato Fedorento” lançou para a fama escreve, entre outras coisas, que “é preciso muita vontade de atacar o Governo, para os pais terem a lata de reclamarem das condições em que os filhos fazem quimioterapia, justamente na mesma semana em que as crianças sírias levaram os seus químicos sem se queixarem da assoalhada em que estão”.

No Facebook, muitos mostram vontade de falar com Quintela, entre eles voluntários do IPO, como deu conta a atriz Patrícia Tavares. “Se alguém conhecer o Zé Diogo Quintela, digam-lhe, esta senhora quer falar com ele. Já dizem os antigos, mais vale cair em graça do que ser engraçado. E este texto faz o pleno. Nem uma coisa nem outra. Que tristeza Zé Diogo. Que vergonha”, acrescentou na partilha da publicação de uma internauta.

Posição diferente tem Dália Madruga que se confessou “triste por reparar que o português continua a ser difícil de interpretar”. “Até posso estar errada, mas a minha leitura leva-me a considerar ironia o que foi escrito numa coluna que até se chama ‘Fúteis Epitáfios’, isto porque os portugueses ficam muito indignados com o que se passa na Síria (e bem), mas não reparam no que se passa em casa (crianças a fazer quimioterapia nos corredores de um hospital). Mas é sempre mais fácil atacar os que tentam chamar a atenção. E atrás de um teclado somos todos grandes heróis!”, comentou a ex-apresentadora.

Entretanto, a UAPHU-Associação de Pais Heróis já reagiu, revelando que fez chegar “a voz” das famílias que se sentiram lesadas “ao CM que se comprometeu a publicar na edição do próximo sábado”.