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Rui Veloso arrasa o Festival e Tozé Brito mas faz vénia a Diogo Piçarra: “Foi um homenzinho”

As qualidades de entrevistador de Rui Unas ficaram uma vez mais evidentes na conversa que manteve com o eterno ‘Chico Fininho’, o consagrado músico que foi um dos mais recentes convidados do podcast ‘Maluco Beleza’.

É igualmente verdade que o discurso sem filtros de Rui Veloso facilitou o trabalho de Rui Unas, mas o multifacetado artista teve muito mérito na forma como o encaminhou para os assuntos musicais que dominam a atualidade em Portugal.

Numa altura em que relatava o desconforto que a música eletrónica lhe provoca, Rui Veloso foi ter, por iniciativa própria, ao Festival da Canção e Rui Unas indicou-lhe o atalho para os pormenores mais marcantes da edição que consagrou Cláudia Pascoal e o tema ‘O Jardim’, que foi composto por Isaura.

Não foi, contudo, dos vencedores que se falou, mas sim do desistente Diogo Piçarra e da polémica do plágio. “A canção não é toda igual, mas grande parte é uma cópia. Neste caso prefiro chamar-lhe cópia, porque o plágio tem segunda intenção, a cópia não”, refere a dada altura Rui Veloso, tirando depois o chapéu à atitude tomada pelo acusado.

“Coitado do Diogo, teve azar, mas foi um homem, subiu muito na minha consideração, foi um homenzinho… Teve um azar, calhou, mas o Diogo é um tipo bem intencionado, esteve muito bem”, considerou Rui Veloso, que já passou por situação idêntica, conforme contou pelo meio de umas farpas a Tozé Brito, enquanto representante da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).

Rui Unas reteve a deixa e, assim que teve oportunidade, aprofundou o assunto. Rui Veloso logo mostrou as causas da sua indignação, recordando que Tozé Brito defendeu que só há plágio quando uma obra não tem identidade própria e não quando uma canção é parecida com a outra. “Hello”, exclamou Rui Veloso.

E prosseguiu com os seus argumentos: “É suposto ele defender os autores e os compositores, mas esta já é a segunda vez que praticamente defende o plagiador. Já na altura do Tony Carreira, independentemente de aquilo ser ou deixar de ser plágio, fez o mesmo. O Tozé Brito perdeu uma boa oportunidade para moralizar os direitos de autor em Portugal, para dizer que o direito de autor é uma coisa importante e os plágios não são admissíveis.”

Conforme escrevemos atrás, tudo isto surgiu na sequência de um conversa sobre música eletrónica que, definitivamente, não cai no goto de Rui Veloso. A dada altura, falava do seu espírito crítico e foi nessa altura que arrasou a recente edição do Festival da Canção.

“Costumo dizer que é uma maldição, mas eu não suporto desafinação. Vi por alto o que se passou no Festival da Canção. Não foi penoso, porque eu fui passando para a frente… Fui vendo algumas coisas, porque interessa-me como fenómeno social, mas musicalmente é uma coisa muito pouco interessante. A mim a desafinação incomoda-me até fisicamente. Não me sinto bem quando uma pessoa está à minha frente a desafinar durante um xis tempo”, confessou.