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Princesa Diana culpa Carlos de falta de carinho, traição e especialmente da bulimia

Todos nos lembramos daquela entrevista em que a ‘Princesa do Povo’ fala da “terceira pessoa no casamento”. E todos sabemos que o livro que se seguiu, ‘Diana: Her True Story’, escrito pelo jornalista Andrew Morton, foi totalmente ‘debitado’ por si, ainda que ela sempre negasse estar envolvida.

Devastada com o rumo da sua relação com o príncipe Carlos, a princesa Diana gravou horas de áudio para contar a sua história e os seus pensamentos.

E agora, 20 anos depois da sua morte, o livro foi novamente publicado, mas com as transcrições dessas gravações. E assim podemos perceber que a mãe de William e Harry culpava o marido. De quê? De muita coisa: falta de carinho, traição e especialmente da bulimia.

“A bulimia começou na semana seguinte ao nosso noivado (e demoraria quase uma década para superar). O meu marido pôs a mão na minha cintura e disse: “Oh, um pouco gordinha aqui, não estamos?” E isso desencadeou algo em mim. E a cena da Camilla. Estava desesperada, desesperada. Lembro-me da primeira vez que fiquei doente. Fiquei tão emocionada porque pensei que era a libertação da tensão”, lê-se nos primeiros excertos do livro, divulgados pelo jornal ‘Daily Mail’.

“A primeira vez que fui tirar medidas para o meu vestido de noiva, eu media 29 polegadas [73 centímetros] à volta da cintura. No dia em que me casei, eu tinha 23 ½ polegadas [pouco mais que 58 centímetros]. Encolhi imenso de fevereiro a julho. Encolhi para nada”, desabafou.

Estes excertos mostram que a relação estava condenada desde o início, ainda que Diana, pela sua juventude e “ingenuidade”, como a própria confessou, não o percebesse na altura.

Primeiro, o filho da Rainha namorava com Sarah, irmã de Diana, mas já olhava de forma diferente para a jovem, de 16 anos. Ele tinha 29 e Sarah 22 anos. “Carlos veio a Althorp para ficar e o primeiro impacto foi: “Deus, que homem triste'”, contou.

Daí a dançarem juntos, ao namoro e ao pedido de casamento passaram-se três anos. Na casa que Carlos comprou na Cornualha, perto da de Camilla Parker-Bowles, este pediu conselhos de decoração a Diana por confiar no seu bom gosto, apesar de ainda não estarem noivos.

Já o pedido veio com risos da parte da jovem, na altura com 19 anos. Estávamos a 3 de fevereiro de 1981. Carlos pediu a mão da namorada no berçário do Castelo de Windsor. “Queres casar-te comigo? Lembro-me de pensar: ‘Isto é uma piada’ e disse ‘Yeah, ok’ e ri-me”.

“Ele estava muito sério. Disse: ‘Percebes que um dia serás Rainha?’ E uma voz dentro de mim disse: ‘Não serás Rainha, mas terás um papel difícil’. Pensei: ‘Ok’, por isso disse: ‘Sim’. E eu disse: ‘Amo-te muito, muito’. E ele respondeu: ‘O que quer que seja que significa o amor'”.

Curiosamente, ou não, a mesma frase que respondeu numa entrevista da BBC, no dia do anúncio do noivado, quando lhe perguntavam se estavam apaixonados.

“Ele disse isso na altura. Pensei que era bom! Pensei que ele achava aquilo! E ele pôs-se a correr pelas escadas para telefonar à sua mãe”, descreveu, acrescentando que foi só depois de estarem noivos que ficou ‘autorizada’ a chamar o namorado pelo seu primeiro nome. Até então era sempre por ‘Sir’.

Os problemas começaram, referiu, quando esteve na Austrália com a mãe a preparar o casamento. “Sempre que lhe ligava, ele estava fora e nunca me ligava de volta. Pensei: ‘Ok. Ele está muito ocupado'”, desculpabilizou.

Também a pressão que começou a ter da parte da imprensa deixaram Diana a sentir-se sem apoio. “Chorei porque não tinha o apoio de Carlos nem do gabinete de imprensa do Palácio. Eles apenas me disseram: ‘Estás por tua conta’, por isso pensei: ‘Está bem'”.

A diferença acentuava-se quando se tratava de Camilla. “Sempre que ele me ligava, dizia: ‘Pobre Camilla Parker-Bowles. Estive ao telefone com ela esta noite e ela disse que estavam muitos jornalistas em Bolehyde. Ela está a ter um tempo complicado. Perguntei-lhe: ‘Quantos estão?’ Ele disse: ‘Pelo menos quatro’. Pensei: ‘Meu Deus, estão 34 aqui!’ e nunca lhe contei isso. Nunca me queixei da imprensa a ele porque pensei que não era minha posição fazê-lo”.