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Muçulmanos de Manchester fazem surpresa a vizinhos durante Ramadão

O atentado à porta da Manchester Arena, depois do concerto de Ariana Grande, ainda está bem presente na nossa memória. O ataque terrorista provocou 22 mortos, entre os quais crianças e adolescentes, e feriu 59 pessoas.

O autor da explosão foi uma das vítimas mortais. Salman Abedi, de 22 anos, nasceu naquela cidade britânica e era filho de pais líbios. Radicalizou-se com o Daesh.

Ainda que haja cada vez mais atentados perpetrados por radicais, isso não significa que todos os muçulmanos sejam vistos como uma “ameaça”. Muito pelo contrário.

Aliás, os muçulmanos de Manchester quiseram mostrar a sua religião e explicar que isso não passa por matar pessoas em nome de um deus.

No sábado, 27 de maio, começou o Ramadão, período de um mês em que os muçulmanos que já alcançaram a puberdade não podem comer, beber, fumar ou fazer sexo entre o nascer e o pôr do sol. E alguns muçulmanos de Manchester fizeram uma surpresa aos vizinhos.

Um utilizador do Reddit publicou na rede social a carta que os seus vizinhos muçulmanos lhe enviaram para acompanhar a comida que os alimentaria numa das noites de Ramadão. A pessoa disse que os vizinhos sempre foram atenciosos e fez questão de partilhar a carta para mostrar que perseguir a religião, e não os terroristas, não é o melhor caminho.

“É Ramadão – Nós Amamos Manchester

Nós do número 17 estamos a começar o nosso jejum hoje e queremos partilhar a nossa comida!

Por favor, junte-se a nós hoje enquanto quebramos o jejum ao pôr do sol e façamos uma oração em memória das vidas inocentes perdidas no nosso país e no mundo.

Os muçulmanos usam esse mês para refletir sobre as suas vidas sob a orientação do Islão. É um momento para fazer as pazes com aqueles que nos trataram mal, estreitar os laços com familiares, amigos e a comunidade, deixar maus hábitos para trás – essencialmente limpar as nossas vidas, os nossos pensamentos e sentimentos.

A palavra árabe para ‘jejum’ (‘sawn’) significa literalmente ‘abster-se’. Não apenas de comidas e bebidas, mas também de ações, pensamentos e palavras maldosas”.