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Estudo põe em causa eficácia de dietas hipocalóricas

A conclusão é de um estudo espanhol, recentemente publicado no ‘The Journal of Clinical Endocrinoly & Metabolism’ (JCEM). A dieta cetogénica, realizada com base na metodologia do Método PronoKal, consegue preservar a massa muscular: por cada 20 kg de peso perdido, em média, apenas 1kg (5%) é de massa muscular.

Estes dados foram apresentados no 24º Congresso Europeu da Obesidade, realizado entre 17 e 20 de maio no Porto, e estão a suscitar interesse entre a comunidade médica, por questionarem se a dieta hipocalórica continua a ser a melhor opção para combater a obesidade, quando no mundo o número de pessoas que sofrem com este problema continua a aumentar.

E tendo em conta o Estudo CetoPnK, o primeiro que analisa os efeitos da composição corporal e da força muscular após a perda de peso com uma dieta proteinada de baixas calorias da PronoKal Group, os resultados são inequívocos.

A pesquisa teve por base pacientes que eram obesos antes da perda de peso, sendo que foram utilizados três métodos de estimativa padronizados e validados: DXA, MF-BIA e ADP. Apenas 5% do peso perdido com a dieta proteinada correspondeu a massa magra, sendo que na dieta hipocalórica a percentagem subiu para 25%.

Além disto, a perda de peso com esta dieta cetogénica baixa em gorduras oferece uma maior qualidade, pois os pacientes em estudo conseguem perder 56% da gordura visceral inicial. Um valor muito motivador e de repercussões muito positivas na saúde dos pacientes se tivermos em conta que este tipo de gordura está diretamente relacionada com complicações cardio-metabólicas.

A massa magra é responsável pelo gasto metabólico – a energia que o organismo gasta para funcionar no dia-a-dia – sendo crucial, dado o seu papel na possibilidade de recuperar ou não o peso perdido.

“A velha ideia de que há que ter cuidado com as dietas muito baixas em calorias deve ser reavaliada. Os resultados estão a demonstrar-nos que temos uma ferramenta terapêutica muito eficaz para tratar a obesidade, com uma taxa de efeitos secundários baixíssima ou muito similar aos que tem a dieta hipocalórica”, reagiu o Dr. Felipe Casanueva, coordenador do estudo e antigo Presidente da Sociedade Espanhola para o Estudo da Obesidade (SEEDO).

Na perda de peso é muito importante analisar a qualidade dos quilos perdidos, já que se procura maximizar a perda de gordura, preservando ao máximo a massa muscular. Alcançar um rácio de 20:1 é uma conquista, dada a elevada qualidade de peso que apresenta.

Este e outros dados foram apresentados no 24º Congresso Europeu da Obesidade pela mão da Dra. Ana Belén Crujeiras, investigadora do Instituto de Investigações Sanitárias (IDIS) do Complexo Hospitalar Universitário de Santiago (CHUS).