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Mulher de George Clooney enfrenta Estado Islâmico em defesa de jovem iraquiana

Considerada uma das advogadas especializadas em direitos humanos mais competentes do mundo, Amal Clooney vai enfrentar o Estado Islâmico no seu próximo caso.

A embaixadora da Boa Vontade da ONU aceitou representar a jovem iraquiana Nadia Murad, de 23 anos, num processo contra a organização terrorista EI.

Ciente dos perigos que passará a enfrentar a partir de agora, Amal conta com o apoio do marido, o ator George Clooney, neste desafio. Embora esteja a colocar a sua própria vida em risco, isso não a intimida. “Este é meu trabalho”, justifica mantendo a convicção de que “é urgente combater o grupo e impedir as suas atrocidades contra mulheres e crianças é maior do que as ameaças”.

O processo remonta a 2014, altura em que Nadia foi sequestrada e transformada em escrava sexual do EI ao longo de três meses.

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Com apenas 19 anos, a jovem viu seis de seus oito irmãos serem assassinados junto com a mãe, antes de ser capturada e violentada por dois homens até perder a consciência.

Após o ataque à cidade de Mosul, no norte do Iraque, o EI levou Nadia junto com duas irmãs e outras mulheres da família para uma região dominada pelo grupo terrorista. “Num prédio, trocaram crianças como se fossem recompensas. Um deles chegou a mim, queria levar-me. Olhei para o chão, petrificada, e quando levantei a cabeça, vi um homem gigante. Parecia um monstro. Ali mesmo eles tocaram-nos e violaram-nos”, recorda Nadia.

Três meses depois a rapariga conseguiu fugir para um campo de refugiados, antes de procurar asilo na Alemanha.

Ao ouvir o depoimento da jovem, Amal afirmou não ter tido outra opção a não ser levar o caso à justiça. “Não há como combater uma ideia assim. Acho que uma das formas de punir o EI é expondo as suas atrocidades e corrupção. E uma forma de fazer isto é com o julgamento.”

Ao longo da entrevista ao programa americano Today Show foram exibidos ainda trechos do discurso da inglesa descendente de libaneses na Assembleia Geral da ONU na semana passada. Na ocasião, ela defendeu a punição do EI por crimes contra a humanidade. “Gostaria de dizer que estou orgulhosa por estar aqui, mas não estou. Estou envergonhada como ser humano por ignorarmos o pedido de socorro deles”.

A braços com várias ameaças de morte contra si e a sua cliente, Amal garantiu que ambas prosseguirão com o caso.