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Celebridades inglesas manifestam-se contra o “Brexit”

Têm sido muitas as celebridades inglesas que, ainda antes do referendo que se realizou esta quinta-feira (23), se insurgiram contra a saída do Reino Unido da União Europeia.

Os atores como Jude Law, Emma Thompson, Keira Knightley e Benedict Cumberbatch, a manequim Cara Delevigne ou a escritora britânica J.K. Rowling, famosa pela saga Harry Potter, chegaram mesmo a integrar um grupo de mais de 300 artistas e escritores que assinaram uma carta aberta pela permanência no bloco europeu.

“A Grã-Bretanha não é só mais forte dentro da Europa, mas também mais imaginativa e mais criativa, e o nosso sucesso criativo global seria gravemente enfraquecido se a abandonarmos”, pode ler-se nas primeiras linhas do documento publicado pela campanha “Britain Stronger in Europe”.

Na texto contra o “Brexit”, o conjunto de artistas afirma que “deixar a Europa seria um salto para o desconhecido para milhões de pessoas espalhadas pelo Reino Unido que trabalham nas indústrias criativas, e para milhões de outras, no país e no estrangeiro, que beneficiam do crescimento e vibração do sector cultural britânico”, sublinhando que “o financiamento da UE é vital” e que o “trabalho artístico transfronteiriço tem sido essencial para inúmeros projetos, desde exposições em galerias a grandes sucessos de bilheteira no cinema”.

Redes sociais como forma de apelo

Mas as celebridade britânicas não se ficaram por aqui e, usando da sua influência mediática, publicaram nas redes sociais os seus pontos de vista, antes e depois do referendo.

O fotógrafo e artista alemão Wolfgang Tillmans, que vive e trabalha em Londres e Berlim, produziu uma série de fotografias a favor da permanência. Daniel Craig, conhecido por interpretar o famoso agente secreto inglês James Bond, vestiu a camisola em prol da campannha. “Nenhum homem é uma ilha. Nenhum país por si só”, pode ler-se na t-shirt.

Também o casal Beckham manifestou o apoio ao “sim” nas suas páginas de Twitter e Instagram. Na legenda de uma imagem, o jogador recordou tempos de outrora em que partilhou os relvados com jogadores de outras nacionalidades. “Eu joguei meus melhores anos no meu clube de infância, Manchester United. Cresci com um grupo de jovens jogadores britânicos que incluiu Ryan Giggs, Paul Scholes, Nicky Butt e os irmãos de Neville. Depois juntram-se a nós um grupo experiente de jogadores britânicos mais velhos como Gary Pallister, Steve Bruce e Paul Ince. Mas não me posso esquecer que para essa equipa ganhar troféus contámos com um guarda redes dinamarquês, Peter Schmeichel, a liderança de um irlandês Roy Keane e a habilidade de um francês, Eric Cantona”, sublinhou acrescentando que, nas suas experiências além fronteiras – “Madrid, Milão e Paris” – foi recebido, junto com a sua família “braços abertos”.

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Para David Beckham a sua decisão prende-se, sobretudo, com o facto de “vivermos num mundo conectado e vibrante onde juntos como povo somos fortes. Pelos nossos filhos e pelos filhos deles devemos enfrentar os problemas do mundo juntos e não sozinhos”. Uma opinião partilhada pela sua mulher, Victoria.

Já o cantor Elton John postou duas fotos com frases de peso. “Construa pontes, e não muros” e “Se você quer ir rápido, vá sozinho. Se você quer ir longe, vá acompanhado”, escreveu o britânico.

Após o resultado também Chris Martin, vocalista da banda Coldplay, se pronunciou: “Como uma banda, nós amamos tocar e ser parte da Europa. Esta decisão não representa nenhum de nós, nem a maioria de nossa geração ou a geração que nos acompanha. Um dia, espero, que mais união surja e encorajamos os nossos fãs a trabalhar fortemente para isso como nós o faremos. Com amor, Chris”

Mas as iniciativas para evitar “o pior” não ficaram por aqui.

Alguns artistas participaram numa campanha divulgada no Youtube sob o lema #DontFuckMyFuture, na qual as celebridades explicam que leva apenas 5 segundos para votar e que esperam que o voto dos britânicos não estrague o futuro delas.

Um apelo que, no fim, não surtiu o efeito esperado e o Reino Unido vai mesmo abandonar a União Europeia por decisão do povo.