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Juíza do caso que opõe Bárbara Guimarães a Carrilho mantém-se

O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu esta quinta feita, dia 14 de abril, manter a magistrada Joana Ferrer como responsável do julgamento em que Bárbara Guimarães acusa o ex-marido, Manuel Maria Carrilho, de violência doméstica.

O juiz Rui Rangel foi o relator da decisão, depois de ter acontecido uma intervenção do presidente da nona secção, Trigo Mesquita que “desempatou” a decisão depois do juiz Almeida Cabral, primeiro relator do processo, ter defendido o afastamento da juíza.

O acórdão divulgado não isenta, porém, a magistrada de críticas. No mesmo pode ler-se que, com o comportamento que teve na condução da primeira sessão do julgamento, ela se “pôs a jeito” para as críticas que se seguiram.

Lembre-se que o pedido de afastamento da juíza foi interposto pela defesa de Bárbara Guimarães e secundado pelo Ministério Público, depois de a juíza ter feito comentários críticos da apresentadora de TV durante o julgamento.

Joana Ferrer afirmou que a prova contra o ex-ministro seria fraca e censurou a apresentadora pela demora na denúncia. “Parece que o professor Carrilho foi um homem, até ao nascimento da Carlota (a segunda filha do casal), e depois passou a ser um monstro.” Ora, “o ser humano não muda assim”, afirmou a magistrada em pleno tribunal.

Posteriormente, quando Bárbara Guimarães contou em tribunal que continuou a dar uma imagem pública de que tudo estava bem na relação com Carrilho mesmo depois de ter sido agredida pelo antigo ministro, Joana Ferrer — que a tratou sempre por “Bárbara”, dirigindo-se ao arguido usando o título académico de “professor” — comentou: “Causa-me alguma impressão a atitude de algumas mulheres [vítimas de violência, algumas das quais] acabam mortas.” E acrescentou: “Pois eu censuro-a!” É que, “se tinha fundamento” para se queixar, devia tê-lo feito, concluiu ainda a magistrada.

A própria juíza tinha pedido escusa do processo, embora rejeitando a acusação de parcialidade. Diz que foi “mal interpretada” quando criticou a Bárbara Guimarães por não ter apresentado queixa contra o ex-marido mais cedo.

O julgamento deverá agora prosseguir no Campus de Justiça de Lisboa.