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Lula da Silva pede “simplesmente justiça”

O ex-presidente brasileiro está debaixo de fogo, depois de ter sido envolvido no caso de corrupção Lava Jato, por alegas ilegalidades na compra de uma apartamento de luxo. Após ter aceite o cargo de ministro – que lhe garante imunidade-, oferecido por Dilma Rousseff, Lula da Silva viu-se impedido pela Justiça de assumir a Casa Civil. Mas não é só a Justiça que está contra o político, também o povo saiu à rua para mostrar que não o quer a ocupar um lugar de poder.

Entretanto, o ex-presidente quebrou o silêncio numa carta aberta, na qual comentou a divulgação de telefonemas intercetados pela Polícia Federal brasileira que levantaram suspeitas de que estaria a tentar obstruir a Justiça. No texto, Lula da Silva defendeu que a sua intimidade foi “violentada por meio de fugas ilegais de informações”, e afirma aguardar que seja feita justiça. “Justiça, simplesmente justiça, é o que espero, para mim e para todos, na vigência plena do Estado de direito democrático”, afirmou.

Sem citar as declarações em que afirmou que o Brasil tem uma “Suprema Corte acobardada”, o ex-Presidente do Brasil disse que ao longo do seu Governo sempre demonstrou “apreço e respeito pelo Judiciário”, não apenas “por palavras, mas mantendo uma relação quotidiana de respeito, diálogo e cooperação; na prática, que é o critério mais justo da verdade”.

“Não espero que ministros e ministras da Suprema Corte partilhem as minhas posições pessoais e políticas. (…) Mas não me conformo que, neste episódio, palavras extraídas ilegalmente de conversas pessoais, protegidas pelo Artigo 5º da Constituição, se tornem objeto de juízos sobre o meu caráter. Não me conformo que palavras ditas em particular sejam tratadas como ofensa pública, antes de se proceder a um exame imparcial, isento e corajoso do levantamento ilegal do sigilo das informações”, acrescentou.

Além disso, sublinhou que sempre valorizou a “independência e a harmonia entre os Poderes da República”.

Suspensão de Lula
A Justiça brasileira anulou uma decisão que suspendia a nomeação do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil.

A decisão, tomada pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Cândido Ribeiro, aceitou as alegações formuladas pela Advocacia-Geral da União, contrariando a suspensão da nomeação de Lula decretada na quinta-feira pelo juiz federal Itagiba Catta Preta Neto.

Porém, Lula da Silva ainda não pode exercer as funções do cargo para o qual foi nomeado porque a juíza Regina Coele Formisano, titular do sexto juízo federal do Rio de Janeiro, aceitou outro pedido apresentado para anular sua nomeação.