Lifestyle

O projeto especial de Joaquim Guerra

É com palavras de boa disposição e conforto que os clientes são recebidos no espaço de Joaquim Guerra, situado na Liga Portuguesa Contra o Cancro do Hospital IPO-Porto. À primeira vista este é um cabeleireiro como outro qualquer no que toca aos cuidados de beleza dos clientes, mas o atendimento é diferente e para além de arranjar o cabelo, é possível possível receber massagens, maquilhar ou colocar perucas.

A ideia de abrir um espaço neste local surgiu há seis anos. “Este é um hospital diferente, onde as pessoas precisam de muito carinho, ternura e dedicação. Falei com o doutor Vítor Veloso, presidente da Liga Contra o Cancro, ele gostou da ideia e aqui estamos”, contou à Move Notícias o conhecido cabeleireiro Joaquim Guerra.

Mais do que um cabeleireiro, o espaço proporciona um atendimento especial aos pacientes que sofrem de cancro e para isso os funcionários foram preparados para trabalhar no local: “Temos que estar preparados para estas situações. O cabeleireiro é um confessionário, onde as pessoas desabafam. Nós temos que acarinhar e animar os clientes. Este é um cabeleireiro completo, temos tudo, a preparação do pessoal é que é diferente. Antes de trabalhar aqui, os funcionários têm a ajuda de um profissional de psicologia para se prepararem para estas situações”.

JMO_2167

O facto de estar inserido nas instalações do hospital, os pacientes “também se sentem mais à vontade para vir aqui e quando saem já vão diferentes e com outro espírito”. No dia-a-dia, Joaquim Guerra depara-se com muitas situações que o sensibilizam, especialmente quando se trata de crianças. “As pessoas chegam cá muito stressadas e comprimidas. Nós temos sempre uma palavra de carinho e apoio”, acrescentou. Para o cabeleireiro este é um projeto especial e que está no seu coração: “Sinto-me realizado, porque sinto que estou a fazer o bem”.

Marca de prestígio
Joaquim Guerra abriu o seu primeiro espaço há 55 anos, quando fez serviço militar em Angola, na década de 70. “Desde miúdo que queria ser cabeleireiro, sempre foi uma área que me fascinou. Aos 13 já trabalhava. Quando fui para Angola, como os comandantes sabiam da minha profissão, pediam-me para lhes arranjar os cabelos e às mulheres deles também. Foi assim que tive o meu primeiro espaço”, recordou. Seis anos depois voltou para Portugal e abriu o primeiro cabeleireiro Joaquim Guerra, que se transformou numa marca.

JMO_2071

Atualmente possui oito espaços (em Lisboa, Porto e Algarve) e emprega mais de 100 funcionário: “Nunca me cansei de trabalhar, quando venho para o trabalho venho sempre bem-disposto, porque gosto do que faço. Todos os dias trabalho para o crescimento da marca. Acho que esse é o segredo do sucesso: trabalho. Nesta área estamos em constante formação para acompanharmos as mudanças da indústria da estética”.

Abrir um espaço fora do país não está fora de cogitação, mas para já Joaquim Guerra não pensa muito nisso, apesar de não esconder o desejo de voltar a Angola. “Ainda tenho clientes de lá, que quando viajam para Portugal me procuram”, disse, visivelmente orgulhoso.

JMO_2131

Fotos: José Gageiro