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Mãe de Beatriz pede para que não digam que o assassino da filha era seu namorado

A mãe de Beatriz Lebre, a jovem estudante que alegadamente foi assassinada pelo colega de curso Rúben Couto, falou esta quarta-feira através de mensagens ao programa “A Tarde é Sua”, da TVI,  sobre o momento que está a viver.

Paula Lebre pede para que não se refiram ao alegado homicida, que está preso preventivamente, como namorado da filha, porque não o era, apesar de querer, e porque essa referência significa dar-lhe aquilo que ele nunca teve.

Não tenho visto televisão nestes dias, por isso, não sei se é verdade. Mas se as notícias sobre a morte da minha filha indicam o assassino como namorado é notícia falsa. O Rúben era colega de faculdade que, tal como os outros colegas, formavam grupos de trabalho em algumas cadeiras. A ligação entre Ruben e Beatriz era tão próxima quanto era a dele com as outras colegas do trabalho de grupo. Por favor, nunca digam que era namorado da minha filha. Isso era o que ele queria e foi essa negação que o fez matar. Referi-lo como namorado é dar-lhe uma vitória que ele não merece“, pediu a mãe da jovem de 22 anos, natural de Elvas, mas que estava a viver em Lisboa na casa de um familiar

Paula confessa que tem feito “um esforço muito grande para não fraquejar“, pelos avós, pelas sobrinhas, pelo filho Carlos e “por alguns amigos que estão desfeitos“. A única coisa que a conforta é saber que o mundo ficou a conhecer um “tesouro humano“.

Agradeço a atenção que têm dado ao insólito e injustificada morte da minha princesa. Já que teve de morrer, morreu de uma forma que permitiu ao mundo conhecer que este tesouro humano existiu e marcou momentos felizes de pessoas boas como ela. O mundo não se resume a Rubens, há muitas Beatrizes, há maldade, é verdade, mas também há muita beleza e, agora, todos ficaram a saber que perderam um pedaço do que existe de belo no mundo” sublinhou Paula Lebre que fez questão de retificar que Beatriz ainda tinha 22 anos quando morreu.

Agora que descansei um pouco, posso acrescentar que a Beatriz ainda não tinha os 23 anos. Completaria os 23 no próximo dia 7 de junho. Ainda tinha 22“, concluiu.

Recorde-se que o corpo de Beatriz Lebre foi encontrado no passado dia 29 de maio, no Rio Tejo, junto a Santa Apolónia, a pouca distância do local onde Rúben terá confessado à Polícia Judiciária ter largado o cadáver.

Rúben Couto, estudante de Psicologia, de 25 anos, que se diz namorado da vítima, é o principal suspeito do homicídio, que terá ocorrido na noite de 22 de maio.

No entanto, segundo a revista Sábado, o despacho do Ministério Público descreve os últimos dias de Rúben Couto e Beatriz Lebre como namorados, com passeios na Expo e uma viagem até à casa dos pais do rapaz. Uma relação que terá sido mantida em segredo, até porque a jovem teria um segundo namorado, avança a publicação.

A troca de mensagens na noite de 22 de maio terá sido o rastilho que levou o rapaz a matar a sua colega no mestrado de Psicologia das Organizações e com quem manteria uma relação amorosa desde, pelo menos, novembro de 2019. A conversa entre os dois consta dos elementos recolhidos pela Polícia Judiciária num dos telemóveis dos jovens e encaixa na cronologia dos acontecimentos antes da morte de Beatriz descrita num despacho do Ministério Público, a que a SÁBADO teve acesso.