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Sara Sampaio abre o livro e incentiva a que não se calem abusos

Quase um mês após ter denunciado através das redes sociais ter-se sentido abusada pela revista francesa “Lui” que publicou fotografias dela em topless, mesmo depois de não ter sido autorizada através de contrato a fê-lo, a top model portuguesa apelou, esta quinta-feira, na Web Summit a que todos acusem situações de abusos.

Num discurso bastante assertivo e sem medos, Sara Sampaio, de 26 anos, salientou o poder que as redes sociais deram a determinados profissionais e contou, mais uma vez, que também não escapou a situações desagradáveis.

“A indústria [da moda] precisa, que se denuncie”, começou por afirmar, no espaço Modum da cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo, que termina hoje no Parque das Nações.

Sara Sampaio

A “angel” portuguesa da Victoria’s Secret reforçou ainda o quão necessário é “responsabilizar as pessoas pelas suas ações e não fingir que não aconteceu”, como sucedeu com o fotógrafo norte-americano Terry Richardson: “Toda a gente sabe que acontece e ninguém faz nada, toda a gente sabia do Terry Richardson e ninguém fez nada e agora usam-no como bode expiatório, é uma grande hipocrisia”.

Sara lembrou ainda que não cabe só aos modelos prevenir situações abusivas, mas também às agências “que não deviam enviar modelos para sessões com um fotógrafo que se sabe que é abusador” ou às publicações “que não deviam trabalhar com ele”.

No meio há quase dez anos, a portuense reconheceu que foi muitas vezes “levada a fazer coisas que não queria, que muitos diziam ser ‘parte do negócio”, lamentando ser chamada de “diva” quando pede privacidade para mudar de roupa.

E, quase a terminar, sublinhou que todos “têm voz” para apontarem casos malévolos, mesmo que ainda não tenham atingido o estatuto que ela já conquistou.