Atualidade

Manuela Moura Guedes reage às acusações a Sócrates

“Meteu-se num 31! Agora talvez percebam o sentimento de injustiça com que tenho vivido desde que Sócrates fez com que a Administração da TVI acabasse com o Jornal (de Sexta) que era da minha responsabilidade e com o meu trabalho como jornalista”, lembra quem foi afastada na sequência de reportagens sobre aquele que, na altura, era o primeiro-ministro de Portugal.

O caso “foi há 8 anos!”. “Nunca mais tive hipótese de fazer jornalismo apesar de ter procurado contar a verdade acerca do 1° ministro de Portugal. Estranho, não é? Devia ser ao contrário. Eu e os jornalistas da minha equipa devíamos ser disputados entre os meios de comunicação social”, escreve Manuela Moura Guedes no Facebook.

E continua: “Dos 7 ou 8 jornalistas que faziam o ‘Jornal de Sexta’, 3, dos melhores, abandonaram a profissão, o jornalismo, porque deixaram de ter condições sérias para o exercer, um está no desporto, eu fui para o ‘degredo’, os outros ninguém dá por eles. Resta a resistente Ana Leal”.

Para a antiga pivô, “algo vai muito mal neste País, quando a Informação tem de se ajeitar à política e a interesses vários e quando, por exemplo, um 1° ministro, (Costa) diz aos eventuais compradores da TVI (Altice) que seria bom manterem lá o director de Informação (Sérgio Figueiredo) e a Administradora espanhola (Rosa Cullell)…Parece que acha a linha editorial da estação muito boa”.

Mas, “o assustador, e que revela como está a Comunicação Social em Portugal é a passividade e normalidade com que isto foi recebido. Tudo se aceita, até a interferência de um chefe de Governo na linha editorial de uma televisão! No entanto, há 8 anos, levantou-se o Carmo e a Trindade porque um pobre e indefeso 1° ministro estava a ser vítima de uma campanha pessoal por parte de uma jornalista. Parece uma anedota, não é?”, provoca Moura Guedes, despertando a opinião pública sobre factos que talvez a Justiça não considere, mas que ainda marca com quem eles sofreu.

Esta quarta-feira, o antigo primeiro-ministro, José Sócrates, foi formalmente acusado da prática de 31 crimes, no âmbito do processo “Operação Marquês”, que tem ainda Ricardo Salgado entre os 28 arguidos.

Sócrates foi acusado de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada, com base em factos da investigação realizada de 2006 e 2015.