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Amanhã esgotam-se os recursos naturais do planeta disponíveis para 2017

O alerta é da ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável. Os recursos naturais do planeta disponíveis para 2017 vão esgotar-se esta quarta-feira, 2 de agosto, seis dias mais cedo do que aconteceu no ano passado.

“Portugal é um contribuinte ativo para esta situação, uma que se, se todos os países tivessem a mesma pegada ecológica que nós, seriam necessários 2,3 planetas. O consumo de alimentos (32% da pegada global) e a mobilidade (18%) encontram-se entre as atividades humanas diárias que mais contribuem para a pegada ecológica do país”, explicou em comunicado a Zero, na convicção de que “é urgente alterar esta tendência insustentável”.

A associação diz por isso ser uma prioridade a aposta numa economia circular, em que a utilização e reutilização de recursos é maximizada” e que “a promoção de uma dieta alimentar saudável e sustentável – com a redução do consumo de proteína de origem animal e um aumento significativo do consumo de hortícolas, frutas e leguminosas secas – trará enormes benefícios à saúde de todos e uma redução significativa do impacto ambiental associado à alimentação”.

Desde 1970 que não é respeitado pelo Homem o orçamento natural anual, designado como Overshoot Day, que determina os recursos naturais disponíveis para o corrente ano.

“O planeta é a fonte de tudo o que necessitamos para viver enquanto espécie. O Overshoot Day indica-nos que estamos a forçar os limites do planeta cada vez com maior intensidade, uma tendência que é urgente mudar para bem da Humanidade e da sua qualidade de vida”, afirmam.

Temperatura da Terra pode aumentar até 4,9 graus
Já o aquecimento do planeta em dois graus até final do século, uma meta que é referida como passível de evitar, pode mais do que duplicar, de acordo com uma investigação da Universidade de Washington divulgada nesta segunda-feira.

A comunidade internacional concordou, no chamado Acordo de Paris, combater o aquecimento global (limitando a emissão de gases com efeito de estufa) de forma a que esse aumento de temperatura não ultrapasse os 1,5 graus celsius (e não os 02 graus, que era a meta anterior).

No entanto, a investigação agora divulgada considera como muito provável que o planeta exceda essa meta. O estudo usa ferramentas estatísticas as quais indicam que há apenas 05% de probabilidades de a Terra aquecer apenas 02 graus ou menos até final do século. E a possibilidade de aquecer 1,5 graus ou menos é de 01%.

“A nossa análise mostra que o objetivo dos 02 graus é o melhor cenário”, disse o autor principal do trabalho, Adrian Raftery, acrescentando que para isso era necessário um grande e sustentando esforço, em todas as frentes, nos próximos 80 anos.

Ao contrário, as projeções indicam 90% de hipóteses de que as temperaturas aumentem, neste século, entre 02 e 4,9 graus celsius.

Os responsáveis pela investigação trabalharam sobre três cenários de emissões de gases com efeito de estufa e usaram projeções estatísticas sustentadas em 50 anos de dados de países de todo o mundo. E encontraram um valor médio de aquecimento de 3,2 graus até 2100, com 90% de hipóteses de que o aquecimento global seja neste século entre 02 e 4,9 graus.