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Prisão preventiva para autor de quádruplo homicídio em Barcelos

Foi a medida de coação que todos esperavam. O homem que confessou ter matado quatro pessoas, ontem de manhã, em São Veríssimo, concelho de Barcelos, vai aguardar julgamento na prisão.

Adelino Briote, de 63 anos, confessou ter esfaqueado quatro pessoas, que foram degoladas, incluindo uma mulher grávida de sete meses (o bebé também morreu). À GNR, e depois à Polícia Judiciária, disse que não agiu por vingança por aquelas (que eram suas vizinhas) não quererem testemunhar a seu favor num processo em que está acusado de agredir, com uma barra de ferro, a ex-sogra e a própria filha, que também estava grávida na altura. Mas será essa a razão mais plausível para este crime macabro, motivado assim por uma sede de vingança do agora detido.

O homicida confesso começou a ser ouvido por um juiz de instrução criminal de Braga, horas depois de ter chegado ao tribunal às 09h20 deste sábado. Manteve-se sempre cabisbaixo e a olhar para o chão. Ficou em silêncio no interrogatório e só conseguiu ser representado por uma advogada oficiosa ao final da manhã, já que outros causídicos contactados pelo tribunal não o podiam defender. Está indiciado por quatro crimes de homicídio qualificado.

As vítimas são um homem com 84 anos e três mulheres com 80, 60 e a grávida, de 37 anos.

Quádruplo homicídio em Barcelos

António Paulo e Glória Chuva eram um casal. Ela foi esfaqueada na cozinha, ele à porta de casa. Maria Sameiro estava no quintal da sua casa quando foi surpreendida pelo homicida.

A quarta vítima, Marisa, grávida em final de tempo daquela que seria a sua segunda filha (tinha outra de sete anos), foi esfaqueada até à morte na via pública, tendo sido os seus gritos que alertaram a população para o que estava a acontecer.

No dia 28 de março de 2015, Adelino Briote foi detido e levado a tribunal após ter espancado a ex-sogra, então com 75 anos, e a própria filha, à época grávida de 17 semanas. Agrediu-as com uma barra de ferro, pontiaguda, na sequência de a sua ex-mulher – emigrada em França – o ter deixado. Em 2013 consumou-se o divórcio. Mas Adelino achava que ninguém tinha ficado do seu lado, conforme se pode ler no processo, consultado pela comunicação social e noticiado na altura.

No ano passado, o sexagenário esteve um mês internado na ala psiquiátrica do Hospital de Braga.

De um crime de violência doméstica, Adelino Briote passa agora a ter de responder a um quádruplo homicídio, sendo que é provável que seja condenado à pena máxima de 25 anos de prisão.