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Isto foi o que levou Carrilho a agredir o pedopsiquiatra do filho

Foi há mais de um ano, mas agora que Pedro Strecht abriu um processo-crime por injúria agravada e ofensas à integridade física qualificada contra o ex-ministro socialista da Cultura é que veio tudo ao de cima.

A 22 de janeiro de 2016, Manuel Maria Carrilho terá insultado o pedopsiquiatra do filho, empurrando-o contra a parede e agredindo-o num corredor do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP), no Campus da Justiça de Lisboa.

O médico tinha sido chamado a uma das audiências do processo de proteção e regulação do poder parental de Dinis Maria, de 13 anos, e de Carlota, de 6, por ter sido o autor de um relatório polémico sobre o rapaz.

E foi o relatório a provocar, alegadamente, esse ataque de fúria do ex-político e ex-professor de Filosofia, de 65 anos, pai dos dois filhos da apresentadora da SIC Bárbara Guimarães, de 43.

“O Dinis Maria referia ainda o desejo expresso de ir viver com o pai, mas de uma forma que não configurava uma expressão de uma vontade livre e natural”, refere o relatório. “A figura materna era envolvida de descrições negativas, que pareciam claramente coladas a um discurso adulto-amorfo e não a uma análise emocional própria e livre de uma criança desta idade”.

No relatório ficou bem explícito que as consultas de Pedro Strecht com Dinis Maria não estavam a resultar e que o culpado pelo facto era o pai.

“Foi então desde logo nossa ideia clínica que as consultas ao Dinis estariam a evidenciar a instrumentalização emocional desta criança pelo pai, dotando-o de uma carapaça defensiva em relação a qualquer tipo de intervenção terapêutica que se deseja neutra”, considerou.

Pedro Strecht escreveu ainda: “é impossível não assumir que esta situação implica grave risco emocional e futuro do Dinis, não só a nível pessoal, como relacional, sugerindo-se o rápido balizamento jurídico da possibilidade de continuidade de exposição da criança a estas vivências”, sugerindo um suposto afastamento do pai.

Manuel Maria Carrilho reagiu a tudo, na sua página de Facebook, esta quinta-feira.

“O Jornal de Notícias de hoje publicou, com chamada de 1ª página, uma notícia intitulada ‘Carrilho acusado de agredir psiquiatra’. Trata-se de Pedro Strecht, pedopsiquiatra cuja atuação de conúbio com a minha ex-mulher denunciei em tribunal, em Janeiro de 2016, atuação que visava descredibilizar os depoimentos feitos pelo meu filho no Tribunal Criminal de Lisboa em janeiro de 2015, e no Tribunal de Menores, em janeiro de 2016, declarações que infelizmente tiveram ampla divulgação pública, e cuja autenticidade foi certificada por técnicos do Instituto de Medicina Legal, contrariando assim frontalmente um relatório de P. Strecht que, depois de uma única consulta, se dispôs a fazer de acordo com as conveniências judiciais da minha ex-mulher, e mentindo sem escrúpulos sobre a situação do meu filho”, escreveu o antigo ministro da Cultura.

Entretanto, depois desse episódio, Carrilho já voltou várias vezes ao Campus da Justiça, onde está a ser julgado por violência doméstica.