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Cliff Richard processa polícia e BBC pela acusação de abusos sexuais

O cantor britânico Cliff Richard anunciou que vai processar a polícia e o canal de televisão BBC devido à busca domiciliária e à reportagem em direto de que foi alvo no âmbito de uma acusação de abusos sexuais. O artista diz que ficou com a vida virada do avesso e a reputação manchada, e pede uma indemnização de um milhão de libras (cerca de 1171184 euros).

O anúncio foi feito pelo próprio na sua página oficial de Facebook. “Confirmo que instruí os meus advogados a avançar com o processo contra a Polícia de South Yorkshire e a BBC, já que nunca deram respostas satisfatórias, para que o tribunal determine se o comportamento deles foi justificado ou proporcional. É importante não só para mim pessoalmente mas para todos. A minha vida ficou virada do avesso e a minha reputação a nível internacional ficou manchada. Não quero que o mesmo aconteça a outros, quer sejam conhecidos publicamente ou não”, começou por escrever Cliff Richard, de 75 anos.

A busca policial decorreu em 2014, tendo Cliff Richard sido surpreendido pela entrada dos agentes na sua casa em Berkshire. O cantor, que vive atualmente no Algarve, diz que a polícia não tinha provas legais para o fazer, que a BBC filmou tudo em direto com recurso a um helicóptero e dirigiu-lhes duras críticas por difundirem o caso.

“A forma como lidaram com a suspeita foi muito condenável. Preferi não comentar nada durante a investigação por motivos óbvios, mas depois da experiência que tive acredito que a privacidade deve ser respeitada e que as diretrizes policiais devem ser cumpridas. Isto significa que, exceto em casos extraordinários, os nomes das pessoas nunca devem ser revelados antes de serem formalmente acusadas”, continuou.

A investigação durou dois anos e provocou “danos desnecessários”, segundo disse Cliff Richard. O cantor pede ainda uma indemnização milionária com base nas perdas que sofreu: o lançamento do novo álbum foi suspenso, as vendas do vinho que produz na sua quinta em Albufeira caíram e deixou de atuar durante vários meses devido a uma tosse que contraiu, e segundo adiantou, foi derivada do stress. O caso foi arquivado pela polícia em junho por “falta de indícios” de que tivesse cometido o crime de abusos sexuais.