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Sofia Arruda regressa à infância com a peça “Alice no País das Maravilhas”

Corria o ano de 2000 quando Sofia Arruda teve o primeiro contacto com a representação em “Super-Pai”, na TVI. Depois de dois anos a dar vida a Carmo no projeto da estação de Queluz de Baixo, a atriz viu a sua vida dar uma volta ao passar a ser conhecida do grande público. Desde então, muitos foram os papéis que abraçou quer na televisão, quer no teatro e hoje, com apenas 27 anos, conta já com 15 de carreira.

A protagonizar o musical “Alice no País das Maravilhas” – em cena nos cinemas UCI do El Corte Ingles, em Lisboa, até 27 de Dezembro -, Sofia confessa que tem sido um grande desafio.

“Nos últimos meses esta tem sido a minha casa. Começámos em março, parámos na altura do verão, estivemos em digressão pelo país e terminamos aqui um projeto que vai deixar saudade”, ressalva a atriz. Uma “experiência muito gratificante” que marca o regresso de Sofia Arruda aos palcos dos quais estava ausente desde 2012.

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A história, essa faz parte do imaginário de miúdos e graúdos, nos quais a protagonista não é excepção. No entanto, construir a personagem revelou-se “complicado” visto que 20 anos separam Sofia da jovem Alice, que tem apenas 7 anos. “A parte da idade deu-me algum trabalho a construir. O conseguir ir buscar dentro de mim e à minha volta as motivações para dar vida a uma miúda de sete anos”, relembra.

A sobrinha foi, assim, a sua “cobaia”: “Observei-a muitas vezes a brincar para tentar perceber como fazia as coisas, como reagia a determinados estímulos, como anda,…”. Pormenores que fizeram a diferença para que os mais pequenos, no final da peça, se dirijam a Sofia como “uma miúda da idade deles”. Embora esteja, até ao final do ano, dedicada ao teatro, a atriz confessa ter “saudades da televisão” – o seu “habitat natural” – onde o seu último papel aconteceu na série da RTP, “Os Nossos Dias”.

Para o novo ano a atriz tem reservados novos trabalhos, nomeadamente “em teatro”, embora para já ainda estejam “no segredo dos Deuses”.

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“Este tipo de espectáculos fazem sentido”
À margem do protagonismo que a peça lhe tem trazido, Sofia salienta o lado inclusivo imprimido à mesma pela companhia Yellow Star Company, produtora do espetáculo, que promove algumas sessões para pessoas com deficiência, seja ela de que tipo for, mas em especial para cegos, surdos e mudos.

“Não é só gratificante estar inserida num projeto assim, é muito especial, e sinto que todas as companhias – apesar dos custos – deveriam ponderar pelo menos uma apresentação dirigido a este tipo de público porque de facto faz muita falta”, justifica.

“As pessoas com este tipo de limitações estão sedentas destas iniciativas”, refere a atriz agora que está mais perto desta realidade e para quem “este tipo de espectáculos fazem sentido porque é mesmo uma forma de chegar a toda a gente”.

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Fotos: Alexandra Martins do Vale