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Miguel Torrão: o jornalista radical que foge das tempestades

Descontraído e sem quaisquer manias, Miguel Torrão, de 43 anos, vive dividido entre o jornalismo e a vida ao ar livre, se possível envolvido em aventuras radicais com a adrenalina a servir de motor à ação.

Atualmente é na SIC Porto que se realiza profissionalmente, mas foi como pivô no programa “Sem Limites” na RTP, em finais dos anos 90, que se estreou em televisão. “A determinada altura foi necessário fazer entrevistas nos eventos e nos campeonatos onde estávamos presentes e assim começou o ‘namoro’ com a reportagem”, recorda Miguel em conversa com a Move Notícias.

Nesses tempos, “estava a tirar o curso de Educação Física na Universidade do Porto e nunca me tinha passado pela cabeça entrar num programa de televisão. O contacto diário com pessoas diferentes e o contar as suas histórias em televisão, foram determinantes para abraçar a profissão. Primeiro como jornalista na redação de Desporto na RTP-Porto, e mais tarde na SIC onde continuo a fazer o que gosto”.

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Oportunidade agarrada, Torrão abraçou a profissão de jornalista sem olhar para trás, embora reconheça que a formação académica é uma mais-valia, “não só pelo conhecimento das modalidades, como a proximidade dos intervenientes, muitos deles ex-colegas, professores e amigos da universidade”.

Os tempos do “Sem Limites” deixam-lhe saudades, até porque “o trabalho ainda hoje é reconhecido”. “Recentemente voltei à reportagem na praia, o que me deu um gozo tremendo. Revi antigos companheiros de profissão e pessoas que se mantêm, passados quase 20 anos, ligados ao mar e ao surf em geral”, conta com um entusiasmo contagiante.

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Para ele, trabalhar junto ao mar é juntar o útil ao agradável, pois é um confesso “apaixonado por desportos de ondas e conviver lado a lado com os melhores praticantes nacionais e internacionais destas modalidades é um privilégio”.

Foi aos 7 anos que Miguel Torrão se estreou em desportos na água, quando entrou “para uma escola de Vela em Leixões”. “Desde esse dia que o clube e a praia são a minha segunda casa. Ainda hoje é assim”, conta que, ” se pudesse, dava a volta ao Mundo de barco à vela com uma câmara  de filmar”. Isto porque, segundo ele, “há milhares de histórias por contar”.

Além de velejar, o nosso entrevistado também aprecia surf e até foi desafiado, em novembro, por Garrett McNamara para se meter em cima da prancha na Praia Norte, na Nazaré. Mas, “o mar estava grande e preferi não arriscar, fiquei na mota de água. Foi uma experiência única”, nota, mostrando o quão sensato é.

Sempre sorridente, reconhece que a vida lhe tem sido generosa não lhe causando grandes problemas. “Não sou uma pessoa de conflitos e sou aquilo que sou. Encaro cada dia como um desafio, e afasto-me das tempestades”, descreve como segredo para a tranquilidade que o acompanha.

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Fotos: José Gageiro