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Brasileiro foi executado na Indonésia

Um brasileiro condenado à morte pelas autoridades indonésias, por tráfico de droga, foi executado este domingo, dia 18, conjuntamente com outras cinco pessoas, entre elas quatro estrangeiros, noticiou o “Indonesian on Sunday”, citando fonte do gabinete do procurador-geral da Indonésia.

Além do Brasil, os cidadãos estrangeiros eram originários da Holanda, Vietname, Malawi e Nigéria e foram todos executados por um pelotão de fuzilamento na prisão de Nusakambangan às 00h30. Uma cidadã vietnamita foi executada na prisão de Boyolali, pelas 00h00.

O cidadão brasileiro é Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, instrutor de voo livre, que foi condenado por tráfico de drogas em 2013.

Uma fonte da embaixada do Brasil em Jacarta disse à “Lusa” que no final da manhã de domingo (madrugada de Lisboa), realiza-se uma cerimónia antes da cremação do corpo do cidadão brasileiro, num local próximo da prisão.

A cerimónia contará com a presença de uma tia do brasileiro, que se deslocou à prisão para passar o sábado com o condenado, e um representante da embaixada. A tia do recluso levou-lhe bacalhau comprado em Portugal e algumas cartas de familiares.

O presidente indonésio negou, na última sexta-feira, o pedido de clemência feito por telefone pela sua homóloga brasileira, Dilma Rousseff, dizendo que “todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei, e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal”.

Para além de Archer Cardoso Moreira, a Presidente brasileira pediu clemência para Rodrigo Muxfeldt Gularte, que aguarda no corredor da morte.

No mesmo dia, o Brasil encaminhou para a Santa Sé um dossiê com detalhes do caso do cidadão brasileiro, na esperança de que o Papa Francisco pudesse interceder.

Nos últimos dias, várias organizações de defesa dos direitos humanos indonésias e internacionais pediram um adiamento da execução.

“As execuções devem ser paradas imediatamente. A pena de morte é uma violação dos direitos humanos”, disse Rupert Abbott, diretor de Investigação da Amnistia Internacional para o sudeste Asiático e Pacífico, em comunicado.

Também amigos do brasileiro fizeram vários apelos às autoridades indonésias em jornais locais e nas redes sociais.

Para este ano estão previstas 20 execuções por fuzilamento na Indonésia, depois de no ano passado as autoridades do país asiático não terem executado nenhum condenado.

As leis da Indonésia contra os crimes narcotráfico estão entre as mais duras em todo o mundo.

Marco Archer