Cultura

“Amália no Chiado” reúne gravações da década de 1950

O duplo CD “Amália no Chiado”, que reúne gravações da fadista do início da década de 1950, “antes das efetuadas em Abbey Road”, em Londres, é editado na segunda-feira, dia 24.

A edição discográfica reúne 46 temas, dos quais sobressaem o inédito “Fado Lamentos”, com letra e música da própria Amália, e um excerto do “Fado Hilário”, com letra e música atribuída a Hilário, cantor de Coimbra, natural de Viseu, que foi amigo, entre outros, do poeta João de Deus, referiu o coordenador da edição Frederico Santiago à “Lusa”.

Referindo-se ao ‘Fado Lamentos’, Frederico Santiago afirmou que foi possível atribuir a autoria graças ao investigador Vítor Pavão dos Santos, “que se lembrava de o ter visto no cinema, da série de complementos realizados por Augusto Fraga”, cujas imagens se perderam, mas o som existe no Arquivo Nacional das Imagens em Movimento, e foi encontrado, durante a investigação feita, um prospeto anunciando o filme que se exibia na época, e como complemento este fado, atribuindo a autoria a Amália Rodrigues”.

“Esta gravação do Chiado foi feita durante um ensaio e Amália não voltou a gravá-lo. Já o Fado Hilário, Amália gravou-o em 1952, em Abbey Road, mas com outra letra”, rematou.

Das gravações agora disponíveis em CD, consta a única gravação conhecida da canção “La Vie en Rose”, de Edith Piaf, com quem Amália partilhou cartaz em Nova Iorque, ao lado de Marlene Dietriche. O CD inclui também parte do ensaio que antecedeu a gravação desta canção.

Outra raridade é a única gravação de “A minha canção é Saudade”, numa melodia de Franklin Godinho. Amália gravou estes mesmos versos, posteriormente, com uma melodia de Frederico de Brito.

Gravações únicas são várias neste CD, algumas em espanhol como “Dolores, la petenera” e “Tres palabras”.

Este duplo CD faz parte de um projeto de sistematização da obra de Amália, que o investigador Frederico Santiago tem estado a levar a cabo.

Amalia