Lúcia Vaz Pedro

BATE À PORTA DA MINHA ALMA, QUE EU ABRO

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Bate à porta da minha alma, que eu abro.
Talvez te convide para jantar.
Bate a essa porta se estiver fechada
Para que possas entrar.
Bate à porta da minha alma para me ouvires a pulsação
E sentires as borboletas que esvoaçam pelo meu corpo.
Mas, se a porta estiver aberta, entra.
À entrada, terás um tapete feito de lua
Para que te sintas iluminado.
Entra nessa casa, abre os armários, abre as gavetas,
Descobre a caixa de música onde rodopia o coração.
Agita-o, com ternura e doces flocos de neve.
Entra, tenho a porta aberta.
As flores nascem nas veias, nas artérias
Faz um ramo e coloca-o no centro da mesa
Onde iremos jantar.
Depois, quando fores embora, leva um pouco de mim
Para que me abras a porta da tua alma, sempre que eu quiser entrar!

Lúcia Vaz Pedro