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Morreu a escritora Agustina Bessa-Luís

Agustina Bessa-Luís morreu, esta segunda-feira, no Porto. A escritora, de 96 anos, encontrava-se em sua casa, no Porto, e terá sido vítima de doença prolongada.

A missa de corpo presente irá realizar-se esta tarde, a partir das 16h00, na Sé do Porto.
O funeral acontece esta terça-feira, no Peso da Régua.

Presidente da República lamenta morte
Há personalidades que nenhumas palavras podem descrever no que foram e no que significaram para todos nós. Agustina Bessa-Luís é uma dessas personalidades“, escreve Marcelo Rebelo de Sousa numa nota no site da presidência. “O Presidente da República curva-se perante o seu génio e expressa aos seus familiares as mais sentidas condolências“.

Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa nasceu a 15 de outubro de 1922, em Vila Meã. A sua infância e adolescência passou-a em diversos sítios, em Gaia, Póvoa de Varzim, Águas Santas, em Bagunte, Vila do Conde e em Godim, no Douro.

Publicou o primeiro romance em 1948, intitulado “Mundo Fechado”, tendo produzido depois ais de meia centena de obras. É com a romance “Sibila” (publicado em 1953 e distinguido com o Delfim Guimarães e Prémio Eça de Queiroz, que é reconhecida “como uma das vozes mais importantes na ficção portuguesa contemporânea”, assim se lê na biografia da autora disponível no site do Círculo Literário Agustina Bessa-Luís, criado pela família da escritora em 2012, ano em que a autoria completou os 90 anos de idade.

Muitas das suas obras foram adaptadas ao cinema pelo realizador português Manoel de Oliveira, incluindo “Fanny Owen” (“Francisca”), “Vale Abraão” e “As Terras do Risco” (“O Convento”) — os diálogos da longa-metragem “Party” também foram escritos pela autora. Também o realizador João Botelho adaptou um dos seus romances, “A Corte do Norte”.

Agustina Bessa-Luís assinou várias peças de teatro e guiões para televisão tendo o seu romance “As Fúrias” sido encenado por Filipe La Féria, em 1995. Em 2006, colaborou no programa “Ela por Ela”, realizado por Fernando Lopes. Antes disso, porém, foi diretora do diário “O Primeiro de Janeiro” (1986-1987) e do Teatro Nacional de D. Maria II, cargo que ocupou desde 1990 até 1993.

Foram vários os prémios com que foi galardoada.