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Vídeo viral sugere que russos serão obrigados a adotar gays se Putin perder eleições

Tecnicamente desconhece-se a autoria do vídeo, que já se está a tornar viral nas redes sociais, a menos de um mês das eleições presidenciais na Rússia.

Mas o facto de ter sido partilhado no Facebook de Alexander Kazakov, analista político favorável ao Kremlin, e a mensagem passada no vídeo não deixam margem para dúvidas: a campanha eleitoral arrancou desta forma.

Acrescentamos ainda o incómodo que estas imagens já provocaram entre a oposição do atual presidente Vladimir Putin.

Isto porque o vídeo diz aos eleitores que, caso os rivais de Putin ganhem, eles farão da Rússia um pesadelo onde os cidadãos serão obrigados a conviver com gays.

Com mais de 3,4 milhões de visualizações, foi publicado na sexta-feira e promete continuar a dar que falar.

Basicamente vemos um homem de meia-idade a sonhar com um futuro sem Putin, que é novamente ‘favorito’ para conseguir um quarto mandato nas próximas eleições de 18 de março.

Num dos sonhos, um homossexual está sentado na cozinha a pintar as unhas e a comer uma banana de maneira sugestiva. A mulher diz-lhe que, pela nova lei, todas as famílias russas são obrigadas a aceitar nas suas casas um gay que tenha sido abandonado.

Quando o homem finalmente acorda, chama pela esposa para votar “antes que seja muito tarde”.

Uma das rivais de Putin nas eleições é a candidata liberal Ksenia Sobchak, a favor da legalização do casamento gay, que já condenou o vídeo como “vil”.

“Mostrar as pessoas LGBT como uma ameaça num país homofóbico não é uma brincadeira”, escreveu a candidata no Instagram.

O vídeo também fala sobre a obrigação de servir o exército. No mesmo sonho, o homem vê-se recrutado para as forças armadas e protesta: “Mas eu tenho 52 anos”. “Excelente! O recrutamento foi aumentado para os 60”, responde um militar negro.

Segundo o ‘The Guardian’, jornalistas de oposição do país acreditam que o vídeo tenha sido produzido pela equipa de campanha de Putin. Até porque só na segunda-feira, dia 19, é que os candidatos presidenciais podiam fazer propaganda eleitoral na televisão.

Ora veja:

Imagens: Reprodução/Facebook