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Produtor de Michael Jackson após vitória legal: “Tens de saber de onde vens para perceber para onde vais”

Quincy Jones, que trabalhou com Michael Jackson nos três dos álbuns que são considerados o auge da carreira do cantor: “Off the Wall”, “Thriller” e “Bad”, foi a tribunal reclamar os seus direitos de autor, além de uma indemnização por se sentir prejudicado pela pouca qualidade da obra póstuma do antigo cliente. E de lá saiu com direito a 8 milhões de euros do legado do ‘Rei da Pop’.

O júri de Los Angeles decidiu, na quarta-feira, 26 de julho, que os herdeiros de Jackson terão de pagar aquela quantia – ainda assim inferior aos 30 milhões de dólares que os advogados do produtor pediam – a Quincy pelo uso de “Billie Jean”, “Thriller” e outros êxitos do cantor produzidos por Jones.

“Este processo nunca teve a ver com o Michael, tinha a ver com proteger a integridade do trabalho que todos fizemos em estúdio e o legado que criámos”, lê-se numa declaração escrita divulgada pelo mítico produtor. “Embora esta [decisão] não seja a quantia total que eu procurava, estou muito grato por o júri ter decidido a nosso favor nesta questão. Vejo-o não só como uma vitória pessoal, mas como uma vitória para os direitos dos artistas em geral.”

Nesse mesmo dia da decisão judicial, Quincy Jones recorreu ao Instagram para mandar ‘farpas’. “Refletindo de volta ao estilo do VERDADEIRO artista com o meu irmão @jpesko … Estou a falar sobre Billy Eckstine, Frank Sinatra e o resto do The Rat Pack ((: 0)) o verdadeiro negócio!”, pôs na legenda do vídeo.

No vídeo, Quincy fala do sentimento que é ter trabalhado com, pelo menos, três gerações de artistas e opina ainda quem eram os artistas mais bem vestidos, ainda que na legenda do vídeo o foco fosse os nomes dos verdadeiros artistas (ele que já tinha detestado, por exemplo, o remix feito pelo rapper Pitbull com a música “Bad”, em 2012).

Mas foi já esta terça-feira, 1 de agosto, quando voltou a partilhar um excerto da mesma entrevista sobre os locais fora dos EUA que mais o inspiraram ao longo dos anos, que deixou a maior ‘farpa’. “Tens de saber de onde vens para perceber para onde vais!”, comentou Quincy.

Jones alegava no processo que músicas de Michael produzidas por ele foram usadas no documentário “This is it”, lançado em 2009, logo após a morte do cantor, e em dois shows do Cirque du Soleil. Segundo ele, os herdeiros do artista e a Sony Music Entertainment reeditaram indevidamente as canções para privá-lo de royalties e taxas de produção.

O tribunal de Los Angeles concentrou-se, principalmente, nos termos de dois contratos que Michael e Jones assinaram em 1978 e 1985. O chefe do júri, Duy Nguyen, de 28 anos, disse que muitos dos membros são fãs de Michael, mas que isso não alterou as deliberações. Segundo ele, o valor da dívida foi determinado com base no depoimento de um especialista.

O advogado que representa o património de Jackson, Howard Weitzman, disse que tanto ele como a sua equipa tinham ficado surpreendidos com o veredicto e que iriam recorrer da decisão do júri.