Atualidade

Britânica revela história de sequestro e escravidão sexual

Quando o mundo soube da história de Elisabeth Fritzl, mantida em cativeiro durante 24 anos pelo próprio pai, a onda de choque foi geral. Estávamos em 2008 e o “monstro de Amstetten” (cidade da Áustria onde tudo se passou) admitiu depois tudo em tribunal.

Joseph Fritzl disse ter sequestrado a filha, na altura com 18 anos, que manteve numa cave de 60 metros quadrados. Violou-a vezes sem conta, tendo Elisabeth dado à luz sete filhos. Apenas três se mantiveram na cave. Um morreu e os restantes três foram criados por Rosemarie, mãe de Elisabeth, e pelo próprio Joseph.

Ao tribunal, o arguido, de 73 anos, tentou justificar o crime hediondo com “a infância difícil” que teve. Acabou condenado a prisão perpétua.

fritzl01-small

Já a britânica Anna Ruston (nome fictício) não consegue identificar o suspeito, por medo, e por isso chama-o de ‘Malik’.

Em entrevista ao programa ‘Today’ da BBC Radio 4, Anna, atualmente com 44 anos, refere que tinha 15 anos quando conheceu Malik, um motorista de táxi asiático.

Durante 13 anos esteve presa numa casa na região central da Inglaterra e agora contou tudo no livro ‘Secret Slave’ (Escrava Secreta, em português).

secret-slave-livro-sequestro-e-escrava-sexual-inglaterra

Tudo começou quando o homem a convidou para conhecer a família – ele vivia com os irmãos, as mulheres destes, os filhos e a mãe – e beberem chá. Foi violada nessa mesma noite e ali mantida em cativeiro. Passou igualmente a ser a escrava sexual de toda a família de Malik.

Anna teve quatro filhos, que foram entregues a desconhecidos. “Segurei o meu primeiro filho, tão pequeno… Os dias foram passando e quando vi que ele tinha sido circuncidado e estava com a cabeça rapada, soube que nunca mais o iria ver”, contou no programa.

“Nunca me deixaram amamentar, trocar fralda, mudar a roupa. Simplesmente mantinham o bebé longe de mim”, lembrou, acrescentando que tudo se repetiu com os outros três filhos. “Tiraram-me todos”.

O horror só terminou quando conseguiu fugir de casa com a ajuda de uma assistente social, a quem tinha conseguido passar um bilhete a pedir socorro quando aquela tinha estado em casa a ver o quarto filho.

Apesar de não ter prestado declarações à polícia, por ainda temer pela vida, espera “que seja feita justiça por tudo o que esse homem me fez passar”.