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Britânicos não querem pagar obras no Palácio de Buckingham

Quando o porta-voz da Rainha Isabel II anunciou que a residência oficial da família real britânica ia ser alvo de uma requalificação profunda, que irá arrancar em abril e custar 369 milhões de libras (427 milhões de euros), estando concluída no espaço de dez anos, muitos concordaram com as obras.

Afinal é a primeira grande renovação que o edifício sofre desde a II Guerra Mundial, pois as suas infra-estruturas obsoletas aumentam o risco de incêndios ou inundações.

Agora os britânicos insurgiram-se com a problemática de quem irá pagar a requalificação.

Mais de 100 mil pessoas assinaram uma petição pedindo que a rainha assuma as despesas. Isto depois do governo britânico aprovar fundos em caráter de urgência para Buckingham, na sexta-feira.

O dinheiro para as obras provém do Sovereign Grant, um fundo estabelecido anualmente para garantir as despesas da rainha e da família real. Este vai sofrer um aumento na próxima década para suportar as obras no palácio, mas terá ainda de ser aprovado pelo Parlamento nos próximos seis meses.

Rainha Isabel II

O dinheiro deste fundo provém dos lucros gerados pelas propriedades e outros negócios antes na posse de Isabel II mas agora geridos pelo Estado. A Rainha costuma receber 15% dos lucros anualmente – um valor que vai subir para 25% ao longo dos próximos dez anos. Já as despesas privadas de Isabel II são pagas pelo seu rendimento próprio.

“Estes trabalhos de emergência serão custeados e irão garantir que o palácio possa continuar a sua tradição de séculos de ser a casa da nossa monarquia”, disse David Gauke, secretário-presidente do Tesouro.

A família real vai continuar a viver ali, a receber visitas de Estado e a organizar outros eventos.

Mandado construir em 1703 pelo duque de Buckingham, o palácio foi adquirido pelo rei Jorge III em 1761. No século XIX foi alvo de obras de alargamento, mas só em 1837 se tornou na residência oficial da rainha Vitória.

Dezasseis quilómetros de canalizações novas, 6500 fichas elétricas, 500 acessórios de casa de banho e a substituição de mais de 30 mil m2 de soalho e 32 quilómetros de rodapés vão garantir a segurança do palácio.

Com as suas 775 divisões e o maior jardim privado de Londres, Buckingham tem uma zona aberta ao público no verão. Estas novas obras garantem que o palácio continuará funcional até 2067.