Lúcia Vaz Pedro

«ENLAÇA OS TEUS DEDOS NAS ESTRELAS E APERTA-ME ATÉ AO FIM DO HORIZONTE»

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Sempre que amanhecer,
Olha para mim pela janela da alvorada.
Ver-me- ás florescer nos teus olhos,
Abrir-te o céu da madrugada,
Meu amor…

Sempre que amanhecer,
Banha-te nas águas desse rio.
Escorrerei pelo teu corpo de mansinho,
Do frio da pele aquecer
Enrolada em ti devagarinho,
Meu amor…

Sempre que amanhecer,
Estenderei os meus braços para ti.
São raios de sol cálidos e doces,
São asas de pássaro,
Navios ancorados
Em tudo o que vivi.
Meu amor…

Não te esqueças de me levar no peito.
Quero ouvir bater teu coração.
Não te esqueças de me matar a sede.
Beija a pele da tua mão.
Estarei colada a ti entre os silêncios.
Estarei entre os homens,
No meio da multidão.
Estarei no perfume do teu leito
No sonho da vida desfeito
No que conseguiste guardar de mim.

Olha-me nas fotografias.
Nos poemas de que eu gostava e tu me lias.
Ouve-me nessas melodias
Que eu cantava e de cor sabias.

Enlaça-te, enrola-te nos meus olhos,
Desenhando a minha alma como se fosse a tua casa.
Enlaça os teus dedos nas estrelas e aperta-me até ao fim do horizonte…

Lúcia Vaz Pedro

Dustin O’Halloran – A Great Divide