Saúde & bem-estar

Nascer no inverno reduz risco de doença celíaca

A doença celíaca é um problema auto-imune caraterizado por danos no intestino delgado e dificuldades na absorção de nutrientes quando o organismo é colocado em contacto com o glúten, um conjunto de proteínas presente em cereais como o trigo, a cevada e o centeio.

A causa exata do aparecimento desta doença é ainda uma incógnita para a ciência – tal como a cura – mas são vários os esforços feitos nos últimos tempos para tentar perceber o que pode estar na origem desta doença que afeta uma em cada cem pessoas em todo o mundo e que tem um impacto direto e negativo na qualidade de vida dos portadores.

A mais recente investigação sobre a doença celíaca foi realizada na Universidade de Umea, na Suécia, e indica que a estação do ano e a cidade em que a pessoa nasce pode ter algum tipo de influência com a probabilidade de desenvolver esta condição auto-imune. Mais concretamente, lê-se na Reuters, os investigadores suecos concluíram que as pessoas que nascem no inverno ou em cidades com menos luz solar apresentam um risco menor de ter a doença do que aquelas que nascem em épocas quentes e solarengas.

Diz o estudo, publicado esta semana na Archives of Disease in Childhood, que as crianças que nascem entre junho e novembro têm uma maior probabilidade de desenvolver a doença celíaca do que aquelas que nascem nos meses frios e cinzentos de dezembro, janeiro e fevereiro. Contudo, o impacto da estação do ano depende, também, da cidade onde a criança nasce e da exposição solar que lá existe, estando uma menor exposição solar (associada aos dias mais curtos) relacionada com um menor risco de ter a doença.

De acordo com os investigadores, as crianças com menos de dois anos são mais propensas a ser diagnosticadas se tiverem nascido primavera, enquanto as crianças que têm mais de dois anos correm um maior risco de ter a doença caso tenham nascido no verão ou no outono.

Para chegarem a esta conclusão, os investigadores analisaram perto de dois milhões de crianças entre 1991 e 2009, sendo que 6,600 tinham sido diagnosticadas com a doença.