Cultura

Expofacic termina em apoteose com Xutos & Pontapés

Como já vem sendo tradição os Xutos & Pontapés encerraram o palco principal da Expofacic, perante um recinto repleto de fãs dos 8 aos 80 anos.

A celebrar os 36 anos de carreira, os veteranos do rock português mostraram que a idade não passa por eles e a banda de Zé Pedro, Tim, Kalú, Gui e João Cabeleira brindaram o público com uma memorável atuação do mais puro e genuíno rock.

A abrir a noite “OP 53 (O vento)” do álbum Gritos Mudos de 1990, logo seguido da habitual saudação “Boa noite Cantanhede, aqui Xutos & Pontapés”. “Circo de feras”, “Contentores” e “Não sou o único”, todos eles gravados em 1987, são temas que não podem faltar num concerto dos Xutos. Ainda revisitando os êxitos mais antigos, sempre do agrado dos fãs, a banda tocou “Cerco” de 1985, do álbum Dados Viciados; de 1997, ouviu-se “Não sou Jesus” e do sexto disco da carreira da banda, Dizer Não de Vez de 1992, “O que foi não volta a ser”, “Dia de S. Receber” e “Chuva dissolvente” foram os escolhidos para esta noite de verão.
Com uma vitalidade incrível em palco, pelo alinhamento passaram também “Salve-se quem puder”, “De madrugada (Tu & Eu), “Ligações directas”, “Da nação” e “Tu também”, incluídos em Puro, o último trabalho da banda lançado a 13 de Janeiro do ano passado coincidindo com dia do 35º aniversário.

Os Xutos & Pontapés são a banda que mais vezes atuou neste 25 anos da feira de Cantanhede e a garantia de casa cheia. Segundo as contas do Tim, “umas 17 ou 18 vezes”, neste reavivar da memória com o público o vocalista recordou que “muitas foram as musicas que aqui foram estreadas e muitos foram os álbuns por inteiro que aqui foram tocados. Por isso vos agradeço”.

Na primeira parte do concerto os cinco magníficos agraciados com a Ordem do Mérito em 2004, por ocasião dos 25 anos de carreira, ainda tocaram “Quem é quem”, “Se me amas” e a terminar “À minha maneira”.

Também o guitarrista Zé Pedro deu os parabéns à Expofacic pelos 25 anos e pediu uma, merecida, salva de palmas para a equipa técnica que os acompanha. Não esqueceu o agradecimento aos fãs “pelos 36 anos de uma ótima vida” e demonstrou a gratidão da banda com um sentido “muito obrigada pelo vosso carinho e pelo vosso amor”.

O delírio dos fãs e os chamamentos insistentes obrigaram os Xutos a regressarem por duas vezes ao palco. “Ai se ele cai” do álbum Mundo ao Contrário (2004) e os obrigatórios “Para ti Maria” e “A minha casinha” do lendário 88 foram cantados a uma só voz antes do derradeiro “Para sempre” que deu por encerrado este memorável concerto e as atuações no palco1.

Esta última noite da edição em que a Expofacic comemorou as bodas de prata encerrou com chave de ouro. Os Xutos & Pontapés mostraram mais uma vez que quem sabe não esquece e só assim se justifica a assinalável longevidade da banda transversal a várias gerações. Foram vinte e uma canções que desfilaram pelo palco numa retrospetiva de dez dos treze álbuns de originais da banda.

Para o palco Sagres ficaram reservadas as performances dos DJ’s Boys à La Carte, Lightzoff e Kitu, antes do definitivo encerrar de portas da Expofacic 2015.

Texto: Teresa Arsénio
Fotos: MCrespo