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Função pública está de greve

Os trabalhadores da função pública cumprem esta sexta-feira, dia 13, um dia de greve e os efeitos da paralisação sentiram-se já nos turnos da madrugada. Os números divulgados pelos sindicatos aponta para uma adesão entre os 80% e os 100%. Os setores mais afetados serão a educação, saúde, justiça e administração local. A greve foi convocada em protesto contra os cortes salariais, o aumento do horário semanal das 35 para as 40 horas, o regime de requalificação, e o congelamento das carreiras.

Os hospitais da Grande Lisboa cumprem apenas os serviços mínimos. Foram registados níveis de adesão à greve de 100% na Maternidade Alfredo da Costa, no Instituto de Medicina Legal, Hospital São Francisco Xavier, Hospital de São José e Hospital de Santa Maria (urgências pediatria e Bloco de urgências). Os dados referem que o Hospital Amadora-Sintra registou uma adesão de 100%, o Hospital D. Estefânia 98%, Hospital dos Capuchos 87%, em Lisboa.

Também nos hospitais da zona centro do país a adesão à greve durante a noite rondou os 90%. Foi o caso do Hospital de Seia, Hospital de Tondela, Hospital de Viseu, Hospital dos Covões (Coimbra), Hospital de Aveiro, IPO de Coimbra e Hospitais da Universidade de Coimbra, adianta a Frente Comum dos sindicatos da função pública

No que diz respeito à recolha do lixo, foi registada uma adesão de 100% nos turnos da noite nas câmaras municipais de Évora, Amadora, Lisboa (garagem dos Olivais), Loures, Almada, Moita, Seixal, Palmela, Alcochete e Vila Franca de Xira.

Na Câmara Municipal do Funchal, os níveis de adesão à greve no turno da noite registaram 88%, na Câmara Municipal de Guimarães 60%, em Barcelos 50%, Sintra 95% e Setúbal 97%.

“Nós temos adesões que variam entre os 80 e os 100%. Em termos globais, o que apurámos por volta da uma da manhã de hoje é que há uma grande adesão principalmente nos resíduos sólidos, recolha do lixo, turnos da noite nos hospitais e bombeiros sapadores”, disse o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos.

Segundo o sindicalista, os trabalhadores estão em luta pelos seus direitos, ou seja, pelos aumentos salariais, carreiras profissionais, manutenção das 35 horas, regulação da requalificação da nova lei dos despedimentos sem justa causa e também pela integração dos trabalhadores desempregados que estão a ocupar postos de trabalho permanentes.

Arménio Carlos defende estes direitos que os trabalhadores reclamam são essenciais para a melhoria dos serviços públicos prestados à população: “Quero ainda lembrar que está provado que os 10 mil milhões de euros que o Estado retirou aos trabalhadores foi a mesma verba que transitou para os bancos: estou a falar do Novo Banco, do BPN e do BPP. Isto demonstra que os problemas não estão na administração pública, mas nas opções políticas que este Governo assumiu”.

A greve de hoje foi convocada pela Federação sindical filiada na CGTP e teve depois a adesão do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP) e do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).

Na origem da convocação da greve estão os cortes salariais na função pública, o aumento do horário semanal das 35 para as 40 horas, a colocação de trabalhadores no regime de requalificação, o congelamento das carreiras e a falta de negociação no setor.