Cultura

Palácio da Bolsa abre portas de gabinete de Gustave Eiffel

O Palácio da Bolsa, no Porto, vai abrir as portas de três novas salas aos visitantes, a partir da próxima semana, incluindo o gabinete usado por Gustave Eiffel durante o seu período na cidade, no século XIX.

No âmbito de uma reorganização de serviços, a Associação Comercial do Porto (ACP), entidade que mandou construir o Palácio da Bolsa a partir de 1842 e o ocupa como sede, decidiu alargar o número de salas da visita guiada, disse à “Lusa” o diretor executivo, Miguel Maria.

Desta forma, foi possível incluir a passagem pelo gabinete de Gustave Eiffel, com cartas assinadas pelo engenheiro francês responsável pela ponte Maria Pia, no Porto, e uma imagem de outra estrutura que poderia ocupar o espaço que viria a ser preenchido pela ponte D. Luiz I, o que leva o coordenador turístico do Palácio da Bolsa, Sérgio Ferreira, a referir que Eiffel trabalhava num escritório, “curiosamente, com vista para a ponte que ele não construiu”.

O espaço de Eiffel, com uma janela para o jardim do Infante D. Henrique, também contém uma secretária que data do período do francês em Portugal, entre 1875 e 1877.

A ACP aproveitou a residência de Gustave Eiffel em Barcelos durante esses anos e atribuiu-lhe um gabinete de trabalho, tendo o profissional desenvolvido “uma ligação muito estreita” àquela entidade, de acordo com o coordenador turístico do edifício.

O responsável turístico do Palácio da Bolsa recorda que mais de 30% dos visitantes que recebem são franceses, a maior nacionalidade de entre os turistas do monumento nacional, que não vai aumentar o preço da visita.

Imediatamente ao lado do gabinete do homem que deu nome à torre parisiense vai estar a sala do Telegrapho Commercial, um pequeno espaço cuja passagem ao interior vai estar vedada e onde se encontra um telégrafo elétrico de 1880, 27 anos posterior ao primeiro utilizado pela ACP, segundo Sérgio Ferreira.

A terceira nova sala inclui fotografias de todos os presidentes da ACP, dando rostos aos nomes que já constavam noutros espaços do edifício e recordando detalhes como, por exemplo, que o atual presidente da Câmara Municipal do Porto foi o segundo ex-presidente da instituição a assumir o Executivo camarário, a seguir a Paulo Vallada.

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