Saúde & bem-estar

Sabe distinguir um enfarte de um AVC?

As doenças cardiovasculares são uma das principais causas de morte em Portugal. Trata-se de doenças que afetam não apenas o coração, mas também os vasos sanguíneos e diferentes órgãos. Destas, as principais responsáveis pela elevada mortalidade e que, por vezes parecem difíceis de distinguir entre a população, são o enfarte agudo do miocárdio, que acontece no coração; e o acidente vascular cerebral (AVC), que afeta o cérebro.

São duas situações clínicas que se localizam em órgãos diferentes, mas que, se não forem tratadas atempadamente, podem causar sequelas graves para o doente, podendo até, e como já foi referido, levar à morte. Ambas estão associadas a episódios vasculares, isto é, envolvem os vasos sanguíneos e, particularmente, as artérias.

Os sintomas são diferentes e devem ser distinguidos. O enfarte ocorre quando uma das artérias que transporta oxigénio e nutrientes ao coração fica obstruída, devendo as pessoas estar atentas a sintomas como dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade.

O AVC ocorre quando uma das artérias que transporta oxigénio e nutrientes ao cérebro fica obstruída (AVC isquémico) ou quando uma artéria do cérebro rompe (AVC hemorrágico), a pessoa pode sentir a face ficar assimétrica de uma forma súbita, aparecendo um “canto da boca” ou uma das pálpebras descaídas; falta de força num braço ou numa perna subitamente; fala estranha ou incompreensível; perda súbita de visão, de um ou de ambos os olhos, e forte dor de cabeça, sem causa aparente.

Em ambos os casos, na presença destes sintomas, não tente ir para o hospital num veículo próprio. Recomenda-se que ligue rapidamente para o 112, que siga as instruções que lhe forem dadas e que aguarde pela ambulância, que levará o doente para um centro especializado, onde será atendido como prioritário, sendo-lhe, prontamente, instituído o tratamento mais adequado.

É importante apostar na prevenção destas doenças, adotando um estilo de vida saudável. Pratique exercício físico, mesmo que apenas 10 minutos por dia; evite o álcool; não fume; e controle a alimentação, optando por não consumir em excesso alimentos ricos em açúcar e gordura.

A hipertensão arterial, o colesterol elevado, a diabetes, o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo contribuem significativamente para aumentar o risco de sofrer de uma destas doenças.

Artigo de opinião do médico João Brum da Silveira, cardiologista de intervenção e coordenador do Stent Save a Life