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Revelada causa da morte do menino espanhol Gabriel

O caso comoveu os espanhóis e agora também está a ser seguido com toda a atenção pelos portugueses. Afinal, o que parecia ser o desaparecimento de uma criança de 8 anos, cuja causa foi divulgada por várias figuras públicas, revelou-se num crime de homicídio, onde a namorada do pai é a principal suspeita.

E agora a autópsia revela dados mais perturbantes. Gabriel Cruz desapareceu a 27 de fevereiro em Almería, Espanha, e foi nesse mesmo dia que morreu.

Os resultados preliminares da autópsia indicam que o menino de oito anos – cujo corpo só foi encontrado no domingo, 11 de março – tinha golpes do pescoço e estava nu e coberto de lama.

Não se sabe, no entanto, se esses ferimentos foram feitos antes ou depois de Gabriel ter sido morto.

O menino foi encontrado já sem vida na mala do carro de Ana Julia Quezada, que foi detida depois dessa descoberta. Os inspetores estão agora à procura das roupas que Gabriel Cruz tinha vestidas antes de desaparecer.

Na altura em que foi encontrada, Ana Julia explicou à polícia que transportava o cadáver com medo que alguém o encontrasse no poço onde ele estaria escondido.

A última vez que Gabriel foi visto foi quando saiu da casa da sua avó paterna, Carmen, em direção à casa dos primos, que viviam a cerca de 100 metros de distância.

Carmen ficou à porta da sua casa para vigiar o neto. Viu-o percorrer pelo menos 80 metros do caminho — a distância máxima a que o conseguia ver. Faltavam 20 metros para chegar à casa dos primos, só que a criança nunca lá chegou.

Foi a própria Ana Julia e o pai de Gabriel, Ángel Cruz, que, no dia 3 de março, encontraram uma camisola interior branca, quando ajudavam nas operações de busca.

A camisola foi encontrada nas proximidades da estação de tratamento de águas Barranco Las Águilas, a cerca de 3,5 quilómetros do local onde Gabriel desapareceu. Trata-se de uma zona que já tinha sido alvo de buscas.

Entretanto têm sido divulgadas imagens do momento em que Quezada foi detida. Num dos vídeos, captado por um vizinho, vê-se um conjunto de agentes em torno de Ana Julia, que gritava que não tinha sido ela porque tinha ido “buscar o carro de manhã” enquanto um dos agentes respondia que se calasse.

Ana Julia estava a ser seguida pela unidade da Guardia Civil desde que se tornou na principal suspeita e, no domingo, dirigiu-se a uma propriedade da família com uma manta.

“A negra [referência a Ana Julia] dirigiu-se com uma manta a uma propriedade da família e como a Guardia Civil estava a observar todos os seus passos, ia filmando e tirando fotografias. Viram que levava alguma coisa na manta e que o colocou no carro”, começou por dizer uma agente que fazia parte da unidade operacional (Unidad Central Operativa, UCO) da Guardia Civil e cujo áudio também saiu para a internet.

“Álex [referência ao colega que ia relatando os eventos] seguiu a negra de carro, e quando ia a entrar numa casa, parou-a a disse-lhe para abrir o porta-bagagens. Então, Álex abriu a bagageira, retirou a manta e viu que era o menino, que estava coberto de lama”, continuou.

Ana Julia, namorada há um ano e meio do pai da criança, começou por dizer que não sabia o que era aquilo, que o deviam “ter metido ali” porque ela vinha “da praia”, quando os agentes já a seguiam há várias horas.

“O Álex agarrou-a pelo pescoço mas tiraram-na porque a detenção estava a ser gravada e um outro colega, perante a impotência, partiu o vidro do carro, toda a gente começou a chorar… levaram-na presa e não sei mais”, informou a agente, indicando que “toda a gente estava mal” quando perceberam o que de facto tinha acontecido à criança.

Imagens: Redes Sociais